Mesmo sem ganhar, Benfica festeja o bicampeonato
Nulo em Guimarães foi suficiente para que os comandados de Jorge Jesus pudessem festejar, face ao empate do FC Porto em Belém.
Estavam decorridos 80 minutos do jogo entre Vitória de Guimarães e Benfica quando o Belenenses marcou o golo do empate frente ao FC Porto. A notícia correu depressa para o relvado do estádio D. Afonso Henriques, dado o entusiasmo que invadiu a bancada reservada aos adeptos do clube da Luz. Os benfiquistas sabiam que o primeiro bicampeonato das últimas três décadas estava prestes a concretizar-se.
Oito minutos depois, quando o jogo do Porto acabou, empatado, o banco do Benfica começou a passar a mensagem aos jogadores: o título estava ainda mais parto. A partir daí, os benfiquistas aguentaram, porque o Vitória de Guimarães tinha três homens no ataque e vontade de marcar. O encontro entre lisboetas e vimaranenses acabou, porém, sem golos, e depois foi tempo de festa “encarnada”.
O jogo de Guimarães teve pouco futebol. É certo que o Benfica entrou forte, dispondo de um par de oportunidades soberanas logo nos primeiros minutos. Primeiro (3’) Jonas cabeceou à barra na sequência de um lance de contra-ataque e, na recarga, Pizzi atirou contra a cara de um adversário. No minuto seguinte, Lima apareceu isolado perante Douglas, graças a um toque subtil de Jonas, mas atirou por cima. A partir daí, as quebras do ritmo de jogo motivadas pelas muitas vezes que foi preciso prestar assistência a jogadores do Vitória e a ansiedade que, a cada minuto que passava, se apoderava dos jogadores do Benfica, tornaram o jogo pouco interessante.
O resultado manteve-se a zero até ao final, permitindo aos jogadores começarem a festejar o 34.º título de campeão nacional do clube. O campeonato agora conquistado é o nono troféu de Jorge Jesus à frente do Benfica. Mas, antes ainda do encontro de Guimarães, o técnico “encarnado” tinha afirmado que este é “o título mais importante” que consegue no clube. Isto porque há 31 anos que na Luz não se festejava um bicampeonato.
A última vez que o Benfica venceu dois campeonatos nacionais consecutivos foi na temporada 1983-84, treinado por Sven-Goran Eriksson. A partir de então, os lisboetas só voltaram a ser campeões por seis vezes, as duas últimas (2009-10 e 2013-14) já com Jorge Jesus como treinador da equipa.
No início da temporada, o 34.º título do Benfica parecia uma ambição difícil de concretizar. A equipa que no ano passado tinha conseguido vencer tudo a nível interno sofreu uma verdadeira razia, com as vendas de jogadores que foram quase sempre titulares como Oblak, Garay, Rodrigo e Siqueira. Também saíram Cardozo, André Gomes e Markovic que, não sendo indiscutíveis, acrescentavam profundidade e qualidade ao plantel. Enzo Pérez também saiu do clube, a meio da presente temporada, partindo para o Valência no mercado de Inverno.
Apesar destas dificuldades, Jorge Jesus conseguiu montar uma equipa consistente e eficaz no campeonato e, nas 34 jornadas do campeonato, apenas não foi líder numa, a terceira, depois de um empate a um golo contra o Sporting. Na jornada seguinte, o Benfica voltou ao primeiro lugar, no qual se isolou se à jornada cinco, para não mais ser apanhado.