Santana assegura mais 100 mil euros para o Coliseu do Porto

Provedor da Santa Casa da Misericórida de Lisboa deu esta quinta-feira mais um passo na sua caminhada presidencial. Almoçou com o presidente da Câmara do Porto e fez questão de ir dar um abraço a Pedro Abrunhosa.

Foto
Pedro Santana Lopes com Paz Barroso, da direcção da Associação Amigos do Coliseu Pedro Granadeiro/nFactos

Pedro Santana Lopes já está em pré-campanha para as eleições presidenciais. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) passou o dia no Porto e trazia na bagagem uma agenda carregada. Depois de três horas de comboio no Alfa Pendular, Santana Lopes chegou ao Porto para cumprir o seu primeiro compromisso de agenda: almoço com presidente da câmara, o independente Rui Moreira. E os dois conversaram sobre “muita coisa” desde a cultura e as causas da cultura ao “fascínio pelo poder local”. “O Porto vive um tempo novo na sua estratégia cultural, isso é manifesto. Conversei sobre isso com o senhor presidente da Câmara do Porto e basta lermos as notícias e vermos as actividades que se desenrolam. Este é um tempo novo nesse aspecto”, afirmou o ex-líder do PSD, que ultimamente não tem poupado elogios ao autarca portuense.

Os jornalistas quiseram saber se as presidenciais também fizeram parte da conversa. Santana sorriu e disse apenas que “essa questão não estava na ementa que nos foi mostrada”. Mais tarde, os jornalistas voltariam ao tema, confrontando-o com a sua mais que provável candidatura presidencial, que apesar de ainda não existir já está a recolher apoios de vários autarcas do PSD. Mas o ex-presidente social-democrata optou por responder ao lado das perguntas.

Santana chegou ao Coliseu com oito minutos de atraso em relação à hora marcada e imediatamente foi abordado por um idoso que o incentivou a entrar na corrida presidencial. O provedor da SCML sorriu e juntou-se a Eduardo Paz Barroso, da direcção da Associação Amigos do Coliseu (AAC), para iniciar a visita a uma das salas de espectáculos mais emblemáticas da cidade. Esta não foi a primeira que esteve no Coliseu e Santana fez questão de o dizer.

Pedro Santana Lopes e Paz Barroso, que já trabalharam juntos quando o agora provedor era secretário de Estado da Cultura e o presidente direcção da AAC era o director do Teatro Nacional S. João, reuniram-se durante uns bons quarenta minutos numa sala ao lado do palco, onde a banda de Pedro Abrunhosa preparava o concerto que à noite assinalaria os 20 anos do álbum de estreia Viagens.

No final do encontro, que decorreu no âmbito do protocolo de cooperação entre a SCML, a União das Misericórdias Portuguesas e AAC, o provedor anunciava um novo envelope financeiro para o Coliseu do Porto, no mesmo valor ao que fora atribuído em 2014: 100 mil euros. Mas deixou um recado, porque – frisou – “as solicitações são muitíssimas”. “A concretização do apoio neste segundo ano está dependente também do apoio de outras entidades”, avisou.

“Estamos dispostos a renovar o protocolo para o ano de 2015, mas consideramos essencial que os parceiros que nos desafiaram e que nos disseram que iam estar presentes também que efectivem aquilo que ficou acertado connosco. A Câmara Municipal do Porto tem estado presente, estou convencido que a Área Metropolitana do Porto de uma maneira ou de outra também conseguirá realizar aquilo que foi conversado connosco e depois temos os privados, a Misericórdia do Porto que nós gostávamos de ver participar neste esforço colectivo de apoio a esta nova fase do Coliseu”, declarou.

Antes, Santana empenhara-se em explicar por que é que a Santa Casa da Misericórdia está associada a este projecto e recordou que o ano passado o secretário de Estado da Cultura, o presidente da Câmara do Porto e presidente da Área Metropolitana do Porto foram ter com ele e propuseram o envolvimento da SCML a assinatura deste protocolo e este envolvimento no projecto do Coliseu, para o qual se desejava que viesse a ter um papel mais activo na vida cultural da cidade.

Eduardo Paz Barroso revelou que está marcada para esta sexta-feira uma assembleia geral onde vão ser reveladas algumas questões no âmbito da nova estratégia para a sala de espectáculos. “O Coliseu tem que ter um foco de actividade comercial grande. Amanhã [hoje] vai haver uma assembleia geral onde vão ser referidas algumas questões no âmbito da nova estratégia do Coliseu, mas o que está previsto é que no início da Primavera o Coliseu tenha feito o trabalho de casa para se poder voltar de uma forma mais significativa para a cidade e assim acho que haverá novidades mais dignas de registo e que possam ser mais interessantes para todos, nomeadamente para o público".

Antes de abandonar o Coliseu, Santana mostrou vontade em dar um abraço a Pedro Abrunhosa que naquela altura ensaiava no palco com o resto da banda. Porém, os jornalistas não viram e os repórteres de imagem também não registaram o momento, porque uma zelosa funcionária do Coliseu não deixou.

Nas instalações da Prelada da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), Santana Lopes juntou-se a António Tavares. Os dois provedores falaram do projecto que as duas instituições estão desenvolver no âmbito do Banco de Inovação Social. “Ambas as instituições, juntamente com o Montepio Geral, que também faz parte desta estrutura, criaram um fundo para puderem desenvolver alguma iniciativa na área do empreendorismo e foi exactamente isso que estivemos a validar e a preparar “, disse António Tavares, revelando que só em finais de Fevereiro serão anunciados todos os detalhes desta parceria.

Os 36 projectos que serão apoiados no âmbito do fundo do Banco de Inovação Social (BIS) vão ser anunciados em Fevereiro, revelou António Tavares, sublinhando que esta iniciativa “evidencia bem a nossa preocupação com os problemas que hoje afectam a sociedade portuguesas, nomeadamente as questões que têm a ver com o empreendorismo e com a empregabilidade”.

De um total de cerca de duas mil candidaturas, os responsáveis do BIS escolheram 36 finalistas de vários pontos do país. A propósito de objectivos, os dois provedores realçaram a importância de trazer novos parceiros para o BIS, nomeadamente "as grandes empresas nacionais" que serão "desafiadas" por ambas as instituições "em momento oportuno". No futuro, a meta passa por alcançar o valor de um milhão de euros para o fundo, mantendo como objectivos o auxílio a projectos sociais.

Mas para já, essa meta ainda está um pouco longínqua, pelo que actualmente o fundo do BIS é de 350 mil euros, fruto dos contributos das duas Misericórdias, bem como do Montepio Geral. Em breve é esperada a entrada de um quarto parceiro também ligado à banca, a Caixa de Crédito Agrícola.

A incursão de Santana Lopes no Porto terminou à noite com uma conferência num hotel da cidade, intitulada Liderança política – exemplo de Francisco Sá Carneiro.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários