PSP diz que só tem imagens emitidas nos vários telejornais

PSP diz que "não possui" outras imagens que não as transmitidas no dia da manifestação.

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A PSP terá pedido para ter acesso a imagens em bruto dos incidentes que ocorreram frente ao Parlamento no dia 14 Reuters

A PSP esclareceu nesta quinta-feira que apenas tem na sua posse as imagens emitidas pelos diversos canais de televisão sobre os incidentes na manifestação do dia 14 de Novembro, sublinhando que “não possui” quaisquer outras imagens.

Em comunicado citado pela Lusa, aquela força policial diz que “não possui, nem nunca teve na sua posse, quaisquer imagens dos operadores televisivos que não sejam as emitidas pelos diversos canais dessas televisões”.

O esclarecimento vem na sequência do pedido de demissão do director de Informação da RTP, Nuno Santos, por alegadamente a administração não acreditar que da TV pública não saíram nem foram lá consultadas, por pessoas externas à empresa, imagens não exibidas em antena (normalmente designadas “em bruto”) da carga policial e dos incidentes que se seguiram.

A polémica foi lançada no fim-de-semana no interior da RTP, porque alegadamente a PSP teria pedido para ter acesso às imagens em bruto dos incidentes. Na carta que enviou à redacção na quarta-feira, Nuno Santos garante que “nenhuma imagem saiu das instalações da RTP”. Diz também que essa explicação, a par de outras, foi dada à Comissão de Trabalhadores e ao Conselho de Redacção, que “deram o assunto como encerrado”. E que durante todo o processo “manteve informado e com detalhe” o director-geral Luís Marinho.

“Na minha condição de director de Informação não tive qualquer intervenção directa nem autorizei de forma expressa ou velada a cópia de quaisquer imagens”, afirma Nuno Santos à redacção.

Porém, a administração não terá tido o mesmo entendimento e decidiu abrir um processo de inquérito. A polémica, nas palavras de Nuno Santos, “abalou a relação de confiança” que a direcção de Informação tinha com a administração e levou a um “clima de suspeição”. Por isso decidiu demitir-se do cargo. Com ele, demite-se também Vítor Gonçalves.

Relvas nega interferência
Já hoje, Miguel Relvas, ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que tutela a RTP, afirmou que nem ele nem o ministro da Administração Interna tiveram qualquer interferência no pedido de imagens da carga policial que a PSP fez à RTP. Miguel Relvas foi questionado pelos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros, e considerou ainda que esta “é uma questão de gestão interna da RTP", remetendo esclarecimento para a equipa que lidera o grupo de rádio e televisão públicas.
 

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