Quando eu era pequenina, a Páscoa era um lugar feliz

Eu gosto da Páscoa. Eu ainda gosto da Páscoa. Desta Páscoa que sempre foi a minha. Desta Páscoa pouco católica, mas de família. Mas gostava mais das minhas Páscoas de menina, porque naquele tempo não me faltava ninguém.

Quando eu era pequenina, não existiam sofás desocupados por serem o lugar fixo de alguém que partiu e onde nunca mais ninguém se conseguiu sentar. E nunca existiam lágrimas nos dias felizes. Quando eu era pequenina, ninguém olhava para o céu, quando se falava em padrinhos, os avós eram figuras reais e os alguidares de barro estavam cheios de uma massa que tinha o discreto cheiro de aguardente.

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Quando eu era pequenina, não existiam sofás desocupados por serem o lugar fixo de alguém que partiu e onde nunca mais ninguém se conseguiu sentar. E nunca existiam lágrimas nos dias felizes. Quando eu era pequenina, ninguém olhava para o céu, quando se falava em padrinhos, os avós eram figuras reais e os alguidares de barro estavam cheios de uma massa que tinha o discreto cheiro de aguardente.