Graça Freitas diz que ainda não é tempo de deixar cair máscaras no interior e apela a “pequeno esforço”

A directora-geral da Saúde lembrou que “a mortalidade ainda não atingiu aquele valor” de referência europeu e, por isso, é “seguro esperar mais uns dias”.

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Directora-geral da Saúde lembra que Portugal ainda não atingiu o valor de referência europeu para levantamento de medidas Daniel Rocha

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse nesta segunda-feira que ainda não é tempo para deixar cair as máscaras obrigatórias nos espaços públicos interiores. Em entrevista à Rádio Renascença, Graça Freitas lembrou que Portugal ainda não atingiu o valor de referência europeu que vai permitir aligeirar medidas e que, por isso, é preciso “jogar com segurança e não perder nada do que já foi adquirido”.

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A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse nesta segunda-feira que ainda não é tempo para deixar cair as máscaras obrigatórias nos espaços públicos interiores. Em entrevista à Rádio Renascença, Graça Freitas lembrou que Portugal ainda não atingiu o valor de referência europeu que vai permitir aligeirar medidas e que, por isso, é preciso “jogar com segurança e não perder nada do que já foi adquirido”.

Para a directora-geral da Saúde, é “seguro esperar mais uns dias”. “É melhor não abrirmos mão de todas as medidas, se ainda não estivermos consolidados nas descidas. Porque quando se abrem medidas, há uma ligeira inflexão e uma ligeira subida do número de casos”, notou.

Depois de se reunir com os peritos, o Governo decidiu, em meados de Fevereiro, que se deve atingir o valor de referência do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) para a mortalidade, ou seja, 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias, para que seja possível levantar as medidas de combate à pandemia que ainda vigoram.

Apesar da descida dos indicadores que se verifica desde o início de Abril, Graça Freitas assinalou que “a mortalidade ainda não atingiu aquele valor” imposto.

Quanto ao período de Páscoa que se aproxima, a directora-geral da Saúde pediu “mais um pequeno esforço para continuar a usar a máscara e alguma distância social nestes convívios”, já que vem aí um período em que as famílias se vão reunir. “É boa medida ainda mantermos algumas restrições”, defendeu.

Graça Freitas não deixou de lembrar que este é um tempo com maior convívio com “várias gerações e os mais velhos, os mais vulneráveis, os mais doentes, têm de ser protegidos pelos mais novos”. “Quanto à Páscoa, é continuar a usar máscara, manter o distanciamento social e evitar aglomerados.”

Apesar de os números estarem a descer, a directora-geral da Saúde não se compromete com nenhuma data para o novo aligeirar de restrições e salienta apenas que, se a mortalidade mantiver a tendência decrescente, dentro de dias a medida pode deixar de ser obrigatória.

Na semana passada, os matemáticos Óscar Felgueiras e Carlos Antunes apontavam ao PÚBLICO que Portugal deverá atingir a meta que vai permitir acabar com as máscaras obrigatórias em espaços interiores na Páscoa ou na semana que se segue a esta quadra festiva. Além da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços interiores públicos, entre os quais escolas, serviços de saúde e transportes, está também em vigor, para quem não tem a dose de reforço da vacina contra covid-19, a obrigatoriedade do teste negativo ao coronavírus SARS-CoV-2 nas visitas a lares e em estabelecimentos de saúde, tendo em conta que são grupos de especial vulnerabilidade.

A situação de alerta, que “mantém inalteradas as medidas actualmente em vigor”, vigora até dia 18 de Abril, depois de o Governo a ter prolongado.