Portugal pode deixar cair todas as restrições depois do dia 3 de Abril, diz a DGS

País deve atingir o limiar das 20 mortes por milhão de habitantes a 3 de Abril, diz a DGS. Especialistas que apresentaram propostas de desconfinamento indicaram o atingir deste limiar como o ponto para se passar à fase em que todas as restrições podem deixar de existir.

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Directora-geral da Saúde Graça Freitas LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) projecta que Portugal possa atingir as 20 por mortes por covid-19 por milhão de habitantes a 14 dias no dia 3 de Abril. Este número, que é o referencial usado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês), foi indicado na última reunião que se realizou no Infarmed como o ponto em que o país poderia deixar cair todas as restrições de combate à pandemia, nomeadamente o uso de máscara em espaços fechados. Nesse encontro, os especialistas referiram que este limiar poderia ser atingido no prazo de cinco semanas.

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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) projecta que Portugal possa atingir as 20 por mortes por covid-19 por milhão de habitantes a 14 dias no dia 3 de Abril. Este número, que é o referencial usado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês), foi indicado na última reunião que se realizou no Infarmed como o ponto em que o país poderia deixar cair todas as restrições de combate à pandemia, nomeadamente o uso de máscara em espaços fechados. Nesse encontro, os especialistas referiram que este limiar poderia ser atingido no prazo de cinco semanas.

Segundo a CNN Portugal, esta projecção foi dada por Pedro Pinto Leite, da DGS, e depois confirmada pela directora-geral da Saúde. “É uma projecção, que pode sempre mudar”, referiu Graça Freitas, à margem das Jornadas de Actualização em Doenças Infecciosas do Hospital de Curry Cabral, que decorre esta quinta-feira em Lisboa.

Esta quarta-feira, a DGS actualizou as normas referentes ao rastreio de contactos e a da política de testagem, dando cumprimento ao que já tinha sido anunciado por António Costa no Conselho de Ministros que se realizou após esse encontro no Infarmed. Os contactos de alto risco deixam de ter de fazer isolamento, sendo esta uma medida só aplicada a quem testa positivo. A DGS está avaliar, disse esta quarta-feira a ministra da Saúde, passos futuros, nomeadamente o período de isolamento dos infectados e o uso de máscara nas escolas.

“Vamos esperar que o vírus atinja os mínimos possíveis para nos darem alguma liberdade também no que diz respeito à utilização de máscaras”, mas as medidas dependerão sempre da “dinâmica do vírus”, adiantou Graça Freitas. Sobre as questões que os pais têm levantado por causa dos processos de aprendizagem, a responsável disse que também há quem defenda e diga que os processos de aprendizagem não são alterados pela utilização das máscaras. “As crianças estão habituadas e, portanto, vamos com calma vendo de facto os riscos”, disse, referindo que o Governo decidirá em que altura fará o abrandamento de medidas.

Sobre as novas orientações para os contactos de alto risco, que são os coabitantes que não têm dose de reforço, nem estão na fase de recuperação da doença, Graça Freitas explicou que têm a recomendação de fazer dois testes rápidos de antigénio para compensar o facto de não estarem isolados. Segundo a directora-geral da Saúde, o primeiro teste deve ser realizado “o mais precocemente possível” e o segundo entre o terceiro e o quinto dia para a eventualidade de estarem positivo e terem de retirar-se do meio social para evitar transmitir a outras pessoas.

Monitorizar as variantes

Questionada sobre uma possível redução do período de isolamento dos sintomáticos e assintomáticos, Graça Freitas adiantou que “há um plano gradual de redução do número de dias em que as pessoas ficarão isoladas” que prevê que possa ser de cinco dias numa outra etapa de alívio de medidas. Graça Freitas apelou para que depois do isolamento continuem a ser adoptadas medidas de precaução em relação ao distanciamento físico das outras pessoas, à utilização de máscaras e à permanência em espaços arejados.

Graça Freitas falou ainda sobre a preocupação manifestada nas jornadas com o crescimento da linhagem da variante Ómicron (BA.2) que está a tornar-se dominante, havendo alguns sinais de outros países, nomeadamente da Dinamarca, que pode ter um padrão diferente da outra linhagem inicial (BA.1). “Temos que estar atentos, monitorizar muito bem todos estes fenómenos, ter uma boa vigilância epidemiológica de forma a que se detectem precocemente sinais e que esses sinais sirvam de bússola” para depois os decisores tomarem as medidas adequadas e proporcionais ao risco, defendeu.

“Temos sempre tido estratégias adaptativas e flexíveis em função do desenvolvimento da epidemia e isso tem sido uma característica do nosso país”, disse, considerando as medidas tomadas ao longo destes dois anos de pandemia “adequadas ao risco e adequadas à situação epidémica”.