Os discursos da superfície

O debate sério sobre o que é o PSD, como chegou à situação actual, qual o seu papel na vida política de 2022, o que deve mudar e o que não pode mudar não se fará.

O que se vai passar no PSD é infelizmente muito previsível. A derrota eleitoral será classificada e arrumada como sendo resultado da liderança de Rio, e da sua “estratégia”, haverá uma nostalgia dos “anos de ouro” do PSD, muito significativamente os de Passos e não os de Cavaco, Sá Carneiro continuará a servir para evocações e encantações a-históricas, e discutir-se-á a “recomposição da direita”, ou seja, como o PSD faz voltar ao seu redil o Chega e a IL. O PSD será, com cada vez mais naturalidade, colocado na direita do espectro político, e qualquer sobrevivência da social-democracia ficará pelo nome. Presumo que apenas um ou dois dos que vão ser mais activos no pós-Rio se atreverão a querer mudar o nome como fez Portas-Monteiro ao CDS.

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O que se vai passar no PSD é infelizmente muito previsível. A derrota eleitoral será classificada e arrumada como sendo resultado da liderança de Rio, e da sua “estratégia”, haverá uma nostalgia dos “anos de ouro” do PSD, muito significativamente os de Passos e não os de Cavaco, Sá Carneiro continuará a servir para evocações e encantações a-históricas, e discutir-se-á a “recomposição da direita”, ou seja, como o PSD faz voltar ao seu redil o Chega e a IL. O PSD será, com cada vez mais naturalidade, colocado na direita do espectro político, e qualquer sobrevivência da social-democracia ficará pelo nome. Presumo que apenas um ou dois dos que vão ser mais activos no pós-Rio se atreverão a querer mudar o nome como fez Portas-Monteiro ao CDS.