Pico da Ómicron foi há onze dias. Índice de transmissão está a descer e a pandemia entra em fase decrescente

Apesar da tendência, a pressão da pandemia sobre os serviços de saúde e na mortalidade ainda é elevada.

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Nuno Ferreira Santos

Apesar da “intensidade elevada”, a actividade pandémica em Portugal apresenta nesta altura uma “tendência decrescente” em todas as regiões. A descida é demonstrada pela diminuição de todos os indicadores de transmissibilidade reportados no relatório de monitorização das “linhas vermelhas” para a covid-19, divulgado esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

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Apesar da “intensidade elevada”, a actividade pandémica em Portugal apresenta nesta altura uma “tendência decrescente” em todas as regiões. A descida é demonstrada pela diminuição de todos os indicadores de transmissibilidade reportados no relatório de monitorização das “linhas vermelhas” para a covid-19, divulgado esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

O documento realça que a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade “são ainda elevados” e que é expectável que o elevado número de casos ainda tenha impacto na sociedade “em termos de absentismo escolar e laboral” nas próximas semanas, apesar de já se notarem decréscimos na incidência, índice de transmissibilidade e proporção de positividade nos testes feitos.

A incidência cumulativa a 14 dias diminuiu para 5648 casos por 100 mil habitantes. Isto depois de o pico neste indicador se ter verificado a 1 de Fevereiro, com 7205 casos por 100 mil habitantes. A descida foi sentida em todas as regiões, com a maior variação a sentir-se na região Norte (menos 26%).

Relativamente à incidência por faixa etária, a descida é sentida em todos os grupos etários com menos de 70 anos, apresentando uma “tendência estável” nas pessoas com 80 ou mais anos. Apesar disso, a incidência cumulativa deste grupo é de 2170 casos por 100 mil habitantes, tendo assim um risco de infecção “três vezes inferior” ao verificado na população em geral.

O R(t), ou índice de transmissibilidade, também desceu em todo o país, para 0,88, com decréscimos sentidos em todas as regiões, apontando para “uma inversão da tendência de crescimento da incidência” observada até à semana anterior.

O abrandamento também é sentido na taxa de testes com resultado positivo, que diminuiu ligeiramente de 19% para 18,3%. Este valor encontra-se, ainda assim, muito acima do limiar dos 4%.

Internamentos em UCI estáveis, mortes sobem

Quanto à ocupação de camas de unidades de cuidados intensivos, o país registava a 9 de Fevereiro 168 doentes internados – o que corresponde a 66% do limiar definido como crítico de 255. Observou-se um aumento ligeiro face à semana anterior (61%), mas a tendência é “estável”. Neste indicador, a região Norte é a que apresenta maior taxa de ocupação, com 73 camas, correspondentes a 97% do seu limiar.

De referir que estes números englobam todas as pessoas internadas em alas dedicadas à covid, mesmo que a causa principal do internamento seja outra — algo que só é definido na alta.

Só nas mortes por covid-19 o país ainda apresenta uma “tendência crescente”, com uma mortalidade de 62,9 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes. Um aumento de 4% que mantém o país bem acima do limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

​Dose de reforço reduz seis vezes o risco de morte no grupo de 80 ou mais anos

O documento conjunto da DGS e do Insa refere também que quem teve o esquema vacinal completo teve um risco de internamento “duas a cinco vezes menor” que os não vacinados, de acordo com dados que dizem respeito a infecções em Novembro de 2021.

Em relação à mortalidade, o risco de morte entre os infectados com esquema vacinal completo era três a seis vezes menor que os não vacinados (números de Dezembro). O efeito da dose de reforço também é notório, com a população com 80 ou mais anos a ver o risco de morte ser seis vezes menor em relação a quem apenas tinha concluído o esquema vacinal primário.

O relatório indica ainda que a linhagem BA.1 da variante Ómicron é dominante em Portugal, com uma frequência relativa acima dos 90% nas últimas semanas. Esta frequência “tem vindo a descer gradualmente”, com um valor estimado de 83,8% nesta quarta-feira. A descida é atribuída ao "aumento progressivo” da circulação da linhagem BA.2 da Ómicron.