“Em vez da albufeira da barragem temos um charco de água”

Quando o país atravessa uma seca, é habitual olhar-se para o Alentejo ou o Algarve, onde os efeitos costumam ser mais intensos. Mas, desta vez, foi a norte do Tejo que os níveis alarmantes das albufeiras de várias barragens, levaram a tomar medidas excepcionais. “Triste” e “desolador” é o que mais se ouve por ali.

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Com dois paus grossos bem seguros na mão e o cão Rex preso pela trela, Ana e José Santos fazem a caminhada habitual no caminho empedrado que circunda a albufeira da barragem de Vilar-Tabuaço, na aldeia da Faia, em Sernancelhe. Habitualmente, têm como paisagem um espelho de água, mas nos últimos dias o que os acompanha é um cenário quase lunar, de solo arenoso e castanho a descoberto, e o que parecem apenas umas pequenas poças de água, aqui e ali. Com apenas 19% do volume habitual, a barragem é uma das viram suspensa, esta semana e até ao final de Fevereiro, a produção hidroeléctrica, por ordem da Comissão da Seca. Por aqui, diz-se que a decisão já vem tarde e o cenário, desolador, leva José Santos a desabafar: “Em vez da albufeira da barragem temos um charco de água.”