MP acusa agente de torturar ucraniano e iliba três polícias, mas critica: não podiam “ter sido indiferentes”

Agente Eurico Santos espancou ucraniano que estava a caminho do trabalho agrícola e usou as suas funções na PSP, acusa Ministério Público. Despacho ao qual o PÚBLICO teve acesso arquiva crimes a três agentes e responsáveis hierárquicos e descarta xenofobia. PSP diz que vai avaliar as recomendações de MP. Arguido ainda está em funções.

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PSP e IGAI não dizem se abriram processos disciplinares aos três agentes Nelson Garrido

Madrugada de Inverno, por volta das cinco da manhã de 12 de Novembro de 2019: o cidadão ucraniano Oleksandr B. espera, com outros colegas, o transporte que os iria levar para o trabalho na agricultura. Eurico Santos, agente principal da Esquadra de Trânsito da PSP de Beja, pára o carro de serviço, mantém as luzes acesas e sai. Dirige-se àqueles trabalhadores estrangeiros falando em português “de forma exaltada e exalando um forte cheiro a álcool”. Pedes-lhes a identificação; eles tentam perceber o que diz. De repente, agarra em Oleksandr B., algema-o, diz-lhe que tem de o levar à esquadra. Grita-lhe, dá-lhe ordens, força-o a entrar no carro, arranca de forma acelerada, faz uma derrapagem e segue para a esquadra.

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Madrugada de Inverno, por volta das cinco da manhã de 12 de Novembro de 2019: o cidadão ucraniano Oleksandr B. espera, com outros colegas, o transporte que os iria levar para o trabalho na agricultura. Eurico Santos, agente principal da Esquadra de Trânsito da PSP de Beja, pára o carro de serviço, mantém as luzes acesas e sai. Dirige-se àqueles trabalhadores estrangeiros falando em português “de forma exaltada e exalando um forte cheiro a álcool”. Pedes-lhes a identificação; eles tentam perceber o que diz. De repente, agarra em Oleksandr B., algema-o, diz-lhe que tem de o levar à esquadra. Grita-lhe, dá-lhe ordens, força-o a entrar no carro, arranca de forma acelerada, faz uma derrapagem e segue para a esquadra.