Miguel Oliveira aposta na consistência no Mundial de MotoGP

Piloto português quer potenciar a evolução da KTM em 2022 e traduzi-la em resultados, o que depende da capacidade de pontuar em todas as corridas.

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Miguel Oliveira quer pontuar com regularidade para poder pensar no título mundial EPA/EXPA

Depois do 14.º lugar em 2021, Miguel Oliveira espera poder evoluir em termos de consistência na quarta temporada na categoria rainha do motociclismo, de forma a poder lutar pelo título mundial de MotoGP. Foi esta a expectativa manifestada pelo piloto português, em conferência de imprensa virtual, na apresentação da equipa KTM para a nova temporada.

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Depois do 14.º lugar em 2021, Miguel Oliveira espera poder evoluir em termos de consistência na quarta temporada na categoria rainha do motociclismo, de forma a poder lutar pelo título mundial de MotoGP. Foi esta a expectativa manifestada pelo piloto português, em conferência de imprensa virtual, na apresentação da equipa KTM para a nova temporada.

O piloto de Almada, de 27 anos, que soma 15 triunfos em campeonatos do mundo nas três categorias (seis em Moto3, seis em Moto2 e três em MotoGP), lembrou as dificuldades sentidas em 2021, época marcada pela fractura do pulso, e apontou a necessidade de somar pontos “em todas as corridas”.

“Terminar as corridas compensa no final do campeonato e essa é a principal razão por que acho que devemos melhorar a consistência. Nunca é fácil chegar ao limite e não cair, mas foram muitos picos. Ou resultados muito bons ou maus. Nunca houve um equilíbrio. Espero conseguir esse equilíbrio este ano. Quando me senti bem com a mota, consegui bons resultados. Faltou consistência”, disse o piloto luso, que parte para a quarta temporada na categoria rainha do Campeonato do Mundo de Velocidade em motociclismo.

Oliveira lembra que o título se constrói “durante a temporada”. “Para já, temos de ter consistência. A partir do meio da temporada, veremos como estaremos na classificação”.

O piloto português revelou também ter alterado um pouco as suas rotinas de treino em virtude do nascimento da primeira filha, no final de 2021. “A pausa de Inverno foi boa, com o novo membro da família. Foi desafiante, mas bom. Com uma dinâmica diferente de treino e períodos diferentes para treinar e descansar. Consegui passar tempo com as minhas duas miúdas, pois a temporada será longa. O treino tem sido bom, tenho conseguido fazer o que queria, com algum tempo em pista. Esperamos chegar à Malásia e fazer bons testes”, frisou.

Miguel Oliveira garante que parte confiante para a nova temporada. “Estou confiante por muitas razões. O ano duro que tivemos significa que só podemos melhorar. Isso faz-me estar optimista. A mota terá mudanças, algumas evoluções em termos de hardware. O principal é a afinação. Pensamos que ainda há espaço para velocidade e mais consistência para as corridas com o pacote actual. Cinco dias, três deles numa pista nova, podem não ser suficientes, mas vamos tentar conseguir o melhor desempenho em todas as corridas”, garantiu.

A entrada do italiano Francesco Guidotti, novo director para a KTM, é um aspecto realçado pelo piloto português. “Foi uma excelente contratação. Vai ajudar-nos muito. Vamos precisar de tempo para ver os resultados. Agora vai envolver-se no projecto, ver o que a mota precisa e o que os pilotos pedem. Mas acredito que será importante para nós”, considerou o piloto de Almada.

Miguel Oliveira garantiu, ainda, que haverá mudanças na mota de 2022 de forma a resolver alguns problemas que sentiu na temporada passada. “Falta ritmo a uma volta [na qualificação], o que prejudicou os resultados na segunda metade [da época passada]. Novas peças vão ajudar-nos a encontrar velocidade. Mas se somarmos os meus resultados e os do Brad Binder, não foi mau. Acreditamos que ainda falta encontrar alguma coisa na afinação. Temos de nos recordar outra vez que corremos mais pistas diferentes, mas não no campeonato todo. Corremos em sítios em que os traçados são completamente diferentes”, explicou, garantindo que haverá “mudanças na mota” de 2022.

Uma das principais queixas do piloto luso em 2021 passava pela dificuldade de gestão dos pneus. “Não sei se era o problema central, mas era um grande problema. Temos de encontrar a solução para me fazer sentir que consigo parar a mota e fazê-la virar sem a sensibilidade às diferenças de pressão e temperatura”, apontou.

Miguel Oliveira considera que a mota de 2021 até evoluiu, mas isso não se traduziu em resultados, algo que espera mudar esta temporada. "Na segunda metade da temporada, os adversários evoluíram. Especialmente a Ducati. O ano passado foi uma das épocas em que o progresso não foi reflectido pelos resultados. Houve progresso, mas não conseguimos traduzi-lo em resultados finais. A mota nunca está perfeita e queremos trabalhar nos defeitos. Mas estou confiante que possamos fazer um bom trabalho com este pacote”, concluiu.

Os pilotos enfrentam, agora, os testes de pré-temporada agendados para Sepang, na Malásia, a 5 e 6 de Fevereiro, e em Mandalika, na Indonésia, na semana seguinte. O campeonato arranca a 6 de Março, em Losail, no Qatar.