Pelo seu historial, pelo aparato e ritualismo que a caracteriza, a Universidade pode considerar-se uma autêntica “catedral”. Já publiquei no passado alguns artigos de opinião em que questionei a erosão da democracia, quer enquanto sistema político quer no interior das instituições, nomeadamente no seio do ensino universitário. Mas só posso escrever este texto porque ainda vivemos em democracia. E digo ainda, não porque imagine fantasmas de regresso à ditadura no curto prazo, mas porque o atual sistema de ensino superior – e isto não é novidade, eu próprio já o escrevi – tornou-se mais um domínio onde prevalece o protocolo, a hierarquia, o cerimonial e o poder tutelar dos “padrinhos” (a começar no caloiro e a terminar no catedrático ou no próprio reitor), do que um clima caracterizado pela democracia interna, pela transparência, pelo espírito crítico e pelo ambiente fraterno. A universidade foi sacralizada desde a sua origem, enquanto a “cátedra” foi erigida em mito supremo no seio das catedrais académicas. Um mito que por vezes tem pés de barro, mas ainda assim excessivamente venerado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Pelo seu historial, pelo aparato e ritualismo que a caracteriza, a Universidade pode considerar-se uma autêntica “catedral”. Já publiquei no passado alguns artigos de opinião em que questionei a erosão da democracia, quer enquanto sistema político quer no interior das instituições, nomeadamente no seio do ensino universitário. Mas só posso escrever este texto porque ainda vivemos em democracia. E digo ainda, não porque imagine fantasmas de regresso à ditadura no curto prazo, mas porque o atual sistema de ensino superior – e isto não é novidade, eu próprio já o escrevi – tornou-se mais um domínio onde prevalece o protocolo, a hierarquia, o cerimonial e o poder tutelar dos “padrinhos” (a começar no caloiro e a terminar no catedrático ou no próprio reitor), do que um clima caracterizado pela democracia interna, pela transparência, pelo espírito crítico e pelo ambiente fraterno. A universidade foi sacralizada desde a sua origem, enquanto a “cátedra” foi erigida em mito supremo no seio das catedrais académicas. Um mito que por vezes tem pés de barro, mas ainda assim excessivamente venerado.