Contra a ganância e o nacionalismo de vacinas

Países ricos poderiam evitar disseminação e aparecimento de novas variantes do vírus, dando prioridade à partilha de vacinas e pressionado as farmacêuticas a partilhar as receitas das mesmas.

O aparecimento da nova variante Ómicron não é fruto do acaso: é um resultado amplamente previsto, praticamente inevitável, de um enorme fracasso político global. Os governos dos países ricos permitiram, conscientemente, que os países de baixos e médios rendimentos não fossem vacinados. Se os governos dos países ricos tivessem previsto que o efeito das suas ações resultaria na disseminação e mutação de novas variantes – o que resultaria em novas restrições e bloqueios –, talvez tivessem dado prioridade à partilha de doses de vacinas e pressionado as farmacêuticas a partilhar receitas de vacinas. Em vez disso, os países ricos deram prioridade ao nacionalismo de vacinas e à ganância.

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O aparecimento da nova variante Ómicron não é fruto do acaso: é um resultado amplamente previsto, praticamente inevitável, de um enorme fracasso político global. Os governos dos países ricos permitiram, conscientemente, que os países de baixos e médios rendimentos não fossem vacinados. Se os governos dos países ricos tivessem previsto que o efeito das suas ações resultaria na disseminação e mutação de novas variantes – o que resultaria em novas restrições e bloqueios –, talvez tivessem dado prioridade à partilha de doses de vacinas e pressionado as farmacêuticas a partilhar receitas de vacinas. Em vez disso, os países ricos deram prioridade ao nacionalismo de vacinas e à ganância.