Guimarães lança mapa para incentivar deslocações a pé inspirado em Pontevedra

“Podemos, nos comportamentos diários, diminuir o impacto do ruído e melhorar a qualidade do ar por via da ausência de tráfego em contexto urbano”, diz responsável do Laboratório da Paisagem.

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PAULO PIMENTA

O Laboratório da Paisagem, em Guimarães, apresentou nesta quinta-feira um mapa com o tempo das deslocações a pé entre vários pontos de referência da cidade inspirado no exemplo de Pontevedra (Espanha), com vista à redução do tráfego automóvel.

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O Laboratório da Paisagem, em Guimarães, apresentou nesta quinta-feira um mapa com o tempo das deslocações a pé entre vários pontos de referência da cidade inspirado no exemplo de Pontevedra (Espanha), com vista à redução do tráfego automóvel.

Designada MetroMinuto, por esquematizar a informação num estilo igual ao do mapa de um metro, indicando, por exemplo, quatro minutos na deslocação entre a Praça do Toural e o edifício do tribunal, a ferramenta baseia-se numa tese de mestrado sobre mobilidade em Guimarães (Braga), de Jorge Almendra, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, e no mapa criado pela cidade galega em 2011.

“Muitos dos percursos na cidade são passíveis de se fazerem pedonalmente. Podemos, nos comportamentos diários, diminuir o impacto do ruído e melhorar a qualidade do ar por via da ausência de tráfego em contexto urbano”, referiu Carlos Ribeiro, director executivo do Laboratório da Paisagem, entidade para a promoção da sustentabilidade ambiental detida pela Câmara Municipal de Guimarães, pela Universidade do Minho e pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Decorrida na Praça do Toural, a apresentação teve a presença de alunos das escolas profissionais Cisave, Cenatex e Profitecla, que participaram na elaboração do mapa através de “acções de educação não formal”.

“Os estudantes foram desenvolvendo aquele que seria o mapa ideal do MetroMinuto, indicando os percursos que essencialmente fazem em contexto urbano. “Quer pela tese que já existia, quer pelas metodologias aplicadas noutras cidades, nomeadamente Pontevedra, tínhamos uma ideia do que poderia ser o mapa final”, acrescentou o responsável.

O MetroMinuto inclui um “código de cores licenciado” para ser acessível às pessoas com daltonismo, explicou ainda Carlos Ribeiro, e pode ser também um “instrumento de apoio” a qualquer visitante de Guimarães, já que incide na área do concelho com “maior procura sob o ponto de vista turístico”, observou a vereador municipal com o pelouro do Ambiente, Sofia Ferreira.

“O mapa tem como objectivo incentivar as deslocações a pé, em vez da utilização de outros veículos. Queremos assim contribuir para a melhoria da qualidade do ar e para a melhoria da qualidade de vida das nossas populações. É um incentivo a uma alteração de comportamento na mobilidade”, frisou a responsável.

Este mapa insere-se no projecto Limp.AR, financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Acção Climática com 29.840 euros, que envolve outras iniciativas do Laboratório da Paisagem, entre as quais as 1.000 árvores de espécies autóctones, plantadas junto à estação ferroviária da cidade em 05 de Novembro.