ECDC muito preocupado com pandemia na Europa. Situação em Portugal deverá ser menos grave

A situação é “moderadamente preocupante” em Portugal, que prevê aumento das infecções, internamentos e mortes nas duas próximas semanas nos países com menores taxas de vacinação.

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Doente de covid-19 num hospital belga EPA/STEPHANIE LECOCQ

Os países europeus com taxas mais altas de vacinação anticovid-19, como Portugal, enfrentam uma “pressão gerível” nos hospitais em altura de forte ressurgimento das infecções, considera o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), embora sugerindo novas restrições.

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Os países europeus com taxas mais altas de vacinação anticovid-19, como Portugal, enfrentam uma “pressão gerível” nos hospitais em altura de forte ressurgimento das infecções, considera o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), embora sugerindo novas restrições.

“Os países ou regiões com níveis de cobertura vacinal na população total acima do nível médio actual da UE, e particularmente aqueles com os níveis mais elevados de cobertura, podem ter uma pressão gerível de internamentos e mortes” por covid-19, afirma o responsável pelo departamento de doenças contagiosas e epidemias do ECDC, Ole Heuer, em entrevista por escrito à agência Lusa, em Bruxelas.

Isto “a menos que haja uma forte diminuição da imunidade seis meses após a vacinação e/ou a sua população tenha uma imunidade natural baixa”, salvaguarda o responsável.

A situação epidemiológica da covid-19 é agora “moderadamente preocupante” em Portugal, segundo o ECDC, que fala numa preocupação “muito elevada” no resto da Europa e prevê aumento das infecções, internamentos e mortes nas duas próximas semanas.

A UE enfrenta actualmente um elevado ressurgimento das infecções por SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, com os internamentos, as entradas nos cuidados intensivos e o número de mortes também a aumentar, situação causada pela dominância da variante Delta (mais contagiosa) e pela descida das temperaturas, mais propícia a doenças respiratórias.

Por essa razão, Ole Heuer argumenta que mesmo estes países com elevada vacinação deviam “manter ou reintroduzir medidas como a limitação da dimensão dos eventos e reuniões, a promoção do teletrabalho, o uso de máscaras faciais em espaços partilhados e o distanciamento físico, uma vez que as pessoas vacinadas ainda podem ser infectadas e transmitir mais ainda o SARS-CoV-2”.

Dados do ECDC revelam que, até ao momento, 76,5% da população adulta na UE está totalmente vacinada, enquanto mais de 81% tomou apenas a primeira dose.

Por países, existem grandes discrepâncias nas taxas, entre os 28,6% de vacinação total de adultos na Bulgária e 92,6% na Irlanda. Relativamente aos países com níveis mais altos de população adulta totalmente vacinada, são, além da Irlanda, Portugal (91,9%) e Malta (91,8%).