Incerteza do voto do Chega-Açores mostra os problemas da dispersão de votos “por coisas pequeninas”, diz Rio

A direcção nacional do Chega pediu, na quarta-feira, à estrutura partidária açoriana para retirar o apoio ao governo regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo o seu deputado único no arquipélago, José Pacheco, dito que ainda está em “negociações” com o executivo e que é sua a “última palavra”.

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Rui Rio, líder do PSD Sergio Azenha

O presidente do PSD defendeu esta quinta-feira que a imprevisibilidade da aprovação do orçamento regional dos Açores, face à incerteza do voto do Chega, é um alerta para os portugueses ponderarem o voto nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.

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O presidente do PSD defendeu esta quinta-feira que a imprevisibilidade da aprovação do orçamento regional dos Açores, face à incerteza do voto do Chega, é um alerta para os portugueses ponderarem o voto nas eleições legislativas de 30 de Janeiro.

“Os portugueses têm de pensar no dia 30 de Janeiro se querem alguma governabilidade e algo estruturado, votando em partidos, neste caso, no PSD, que pode liderar o Governo e quer liderar o Governo, ou dispersar o seu voto por coisas pequeninas que depois dão isto...”, disse Rui Rio, que falava aos jornalistas após uma visita ao Centro Hospitalar de Setúbal.

O líder do PSD considera não haver qualquer vantagem na fragmentação do xadrez partidário, com pequenos partidos que têm um, dois ou três deputados, que depois têm a possibilidade de dificultar a governação, como poderá acontecer sexta-feira, na votação do orçamento regional dos Açores, que tem a aprovação dependente do voto de um deputado do Chega.

“Isto [a situação nos Açores] comprova que [a dispersão de votos] dificulta a governabilidade, quando o sistema parlamentar fica muito fragmentado, com partidos pequeninos. E depois, com um voto ou dois, conseguem criar dificuldades de governabilidade”, disse.

Para Rui Rio, os portugueses vão mesmo ter de pensar se querem “um sistema partidário mais estruturado, em que os grandes partidos, como o PSD, têm a possibilidade de formar Governo, ou uma coisa muito fragmentada”, em que um ou dois deputados têm a possibilidade de dificultar a governação do país.

A direcção nacional do Chega pediu, na quarta-feira, à estrutura partidária açoriana para retirar o apoio ao governo regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo o seu deputado único no arquipélago, José Pacheco, dito que ainda está em “negociações” com o executivo e que é sua a “última palavra”.

A assembleia legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita – que representa 26 deputados – precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

Como a coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal, era esperada a viabilização do Orçamento Regional 2022 por estes partidos, bem como pelo deputado independente (que manteve o apoio ao executivo quando saiu do Chega). Porém, a IL tem ameaçado votar contra, referindo que continua “a lutar” nas negociações, e o deputado independente, Carlos Furtado, afirmou que o entendimento parlamentar pós-eleições “já morreu”, pelo que “ou as pessoas mudam ou mais vale ir para eleições”.

O parlamento conta ainda com PS, BE e PAN. Neste último caso, o deputado único, que se absteve sobre o Programa de Governo e o Orçamento Regional 2021, aguarda apenas a validação da comissão política local para votar contra o orçamento para 2022, discutido na próxima semana.