Selecção sub-21 resolveu o problema da finalização

Com a goleada (6-0) a Chipre, Portugal chega aos 15 pontos no grupo 4 de qualificação para o Euro 2023, com cinco triunfos em cinco jogos. Só um autêntico descalabro impedirá a selecção de Rui Jorge de ir ao Campeonato da Europa, em 2023.

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LUSA/LUÍS FORRA

Problemas para finalizar lances de golo? Resolvido. A selecção nacional sub-21 venceu nesta terça-feira a equipa de Chipre, por 6-0, afastando os fantasmas da ineficácia finalizadora que assombravam uma equipa vitoriosa, mas incapaz de dar sentido ao muito caudal ofensivo – foi assim com Bielorrússia, Islândia e no primeiro jogo com Chipre.

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Problemas para finalizar lances de golo? Resolvido. A selecção nacional sub-21 venceu nesta terça-feira a equipa de Chipre, por 6-0, afastando os fantasmas da ineficácia finalizadora que assombravam uma equipa vitoriosa, mas incapaz de dar sentido ao muito caudal ofensivo – foi assim com Bielorrússia, Islândia e no primeiro jogo com Chipre.

Com este resultado, Portugal chega aos 15 pontos no grupo 4 de qualificação para o Euro 2023, com cinco triunfos em cinco jogos, e tem o primeiro lugar na mão. A equipa mais próxima é a Grécia, com 14 pontos, mas com mais dois jogos realizados. Só um autêntico descalabro impedirá a selecção de Rui Jorge de ir ao Campeonato da Europa.

quatro dias, em Chipre, Portugal chegou ao golo e entrou num jogo de posse de bola e controlo, sem grande vertigem e vontade de continuar a atacar. Nesta terça-feira, no Algarve, foi bem diferente. A selecção também chegou cedo ao golo, mas, talvez motivada pelo dever de agradar ao muito público presente no estádio São Luís, em Faro, não tirou o pé do acelerador.

Sem André Almeida e Paulo Bernardo disponíveis, Rui Jorge (também ele ausente deste jogo) teve de desenhar um meio-campo sem o habitual titular, Almeida, e sem o substituto mais natural, Bernardo.

Assim, lançou Afonso Sousa, que entrou no habitual losango. Um quarteto com menos dimensão física (Almeida e Bernardo são mais fortes), mas com melhor capacidade de jogo associativo.

O losango, com uma média de apenas 1,71 metros, colocou a bola no chão e, em permanente dinâmica, deixou Chipre atrás da bola. Quando não eram Vitinha e Dantas a pegarem na “batuta”, Portugal soube explorar passes verticais dos dois centrais – e Gonçalo Inácio é senhor nesse pelouro – para zonas entrelinhas bem exploradas por Fábio Vieira, Afonso Sousa e o próprio Fábio Silva.

Em matéria de finalização de jogadas os dois jogos com Chipre não foram muito diferentes: Portugal construía pelo chão, com combinações curtas, mas depois continuou a fazer dos cruzamentos o caminho primordial para o momento da concretização.

Foi assim no primeiro golo, aos 6’, finalizado por Gonçalo Ramos, no segundo, aos 21’, com cabeceamento de Gonçalo Inácio, e aos 45+1’, com o avançado do Benfica a permitir uma grande defesa ao guardião adversário.

Ainda houve um penálti falhado por Fábio Silva, aos 29’, num lance ganho por Afonso Sousa, depois de uma recuperação de Vitinha em zona adiantada – o portista tem adicionado ao seu jogo a vertente da intensidade defensiva.

Na segunda parte, Portugal encarou o jogo numa lógica de diversão, com vontade de não abdicar do futebol ofensivo, “pincelando” esse jogo com detalhes técnicos de grande nível – e há craques muito capazes disso, chamando os “olés” do público.

O 3-0 foi obra de Fábio Vieira, de livre-directo, antes de Gonçalo Ramos chamar a atenção de Jorge Jesus: aos 53’ finalizou o passe de Fábio Vieira e aos 60’ garantiu que teria uma substituição para o aplauso, depois do hat-trick proporcionado por Afonso Sousa. E Ramos já é o melhor marcador desta fase europeia de qualificação, com oito golos.

Numa fase da partida em que Fábio Vieira começou a divertir-se com detalhes técnicos, ainda houve tempo para mais uma assistência de Afonso Sousa, desta vez para golo de Henrique Araújo.