Portugal embalado pela magia de Vitinha e a eficácia de Ramos

A selecção nacional sub-21 segue 100% vitoriosa a caminho do Europeu 2023.

Foto
FPF/Oficial

Quatro jogos, quatro vitórias, 14 golos marcados e zero sofridos. Até ver, a selecção portuguesa sub-21 segue num trajecto perfeito na caminhada até ao Europeu 2023. Portugal bateu nesta sexta-feira a selecção de Chipre, por 1-0, em Larnaca, resultado que permite chegar aos 12 pontos no grupo 4, com mais um do que a Grécia e mais cinco do que Chipre. O primeiro classificado do grupo segue para o Euro, o segundo vai a um play-off.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Quatro jogos, quatro vitórias, 14 golos marcados e zero sofridos. Até ver, a selecção portuguesa sub-21 segue num trajecto perfeito na caminhada até ao Europeu 2023. Portugal bateu nesta sexta-feira a selecção de Chipre, por 1-0, em Larnaca, resultado que permite chegar aos 12 pontos no grupo 4, com mais um do que a Grécia e mais cinco do que Chipre. O primeiro classificado do grupo segue para o Euro, o segundo vai a um play-off.

Além da vitória, da baliza a zero e do registo 100% vitorioso, há outra boa notícia: daqui a quatro dias, em Faro, Portugal volta a defrontar a selecção de Chipre, formação que mostrou ser claramente inferior à portuguesa em todos os domínios.

Na estreia de Gonçalo Inácio na selecção sub-21, Portugal foi ao Sudoeste da ilha de Chipre com o habitual 4x4x2 losango, sistema muito apreciado por Rui Jorge há vários anos. Ainda assim, o bloco quase sempre baixo de Chipre permitiu a Portugal jogar muito tempo em 2x6x2, tal era a propensão ofensiva dos laterais – e num 4x4x2 losango é essencial essa predisposição atacante desses dois jogadores, pela falta de largura deste sistema.

O problema é que a estratégia portuguesa pareceu algo desligada da escolha dos jogadores. A presença de Tiago Dantas, Vitinha, André Almeida e Fábio Vieira no meio-campo pedia um jogo associativo e dinâmico, mas, apesar de essa via existir na construção de jogo, a definição dos lances era quase sempre com recurso a cruzamentos – que foram vários, quase sempre sem sucesso.

E o jogo até começou com Celton Biai a salvar Portugal, tal como no jogo tremendo que fez frente à Islândia. Aos 5’, o guardião do Vitória de Guimarães fez uma dupla defesa que manteve o resultado a zero.

Aos 15’, a falta de talento de Chipre – conjugada com uma boa pressão portuguesa – motivou uma perda de bola em zona perigosa e André Almeida descobriu Gonçalo Ramos, que finalizou a preceito.

Com o jogo “desbloqueado”, Portugal esperava alguma audácia de Chipre a partir daí, mas a armada de Nicósia raramente abdicou do bloco baixo que delineou para este jogo. Assim, os minutos foram passando com posse de bola portuguesa, quase sempre segura – há “artistas para isso” –, vários cruzamentos e um par de oportunidades de golo desperdiçadas por Gonçalo Ramos (19’), Fábio Vieira (31’) e Nuno Tavares (42’). Mas foi, em geral uma partida “morna” até ao intervalo, só animada pelos pormenores técnicos de Vitinha.

Na segunda parte, Fábio Silva rematou três vezes em seis minutos, sempre para defesa de Kittos. Num ápice, Portugal poderia ter resolvido o jogo, mas a ineficácia obrigou a selecção nacional a repetir o plano da primeira parte: ter a bola na sua posse, já que, sem ela, Chipre certamente não faria golos.

Na última meia hora de jogo a selecção cipriota começou a acusar algum desgaste – algo patente no atraso permanente a chegar ao portador da bola. Nessa medida, Portugal começou a ter mais facilidade em circular a bola, bem como mais espaço para jogar, como por exemplo aos 62’, quando Vitinha passou por quatro adversários, mas Fábio Vieira, na hora de finalizar, “roubou” ao colega portista a que seria uma das melhores assistências da carreira.

Pouco mais se passou nos últimos 20 minutos da partida, com Portugal a definir mal algumas transições e a ceder a bola a uma equipa cipriota pouco capaz de ferir – e o 4x4x2 losango, frente a uma equipa que afunilava tanto o jogo para o corredor central, cumpriu a função defensiva que deveria cumprir.

“Onze” de Portugal: Celton Biai, João Mário, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Nuno Tavares, André Almeida, Tiago Dantas, Vitinha, Fábio Vieira, Fábio Silva e Gonçalo Ramos.
Jogaram ainda: Händel, Chiquinho, Afonso Sousa, Paulo Bernardo