Trabalhadores eslovacos sem certificado de vacinação ou teste negativo ficam sem salário

As forças policiais, diz o Governo, têm poder suficiente para encerrar as empresas que entrem em incumprimento.

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O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger Reuters/MARTON MONUS

O Governo da Eslováquia, país que registou esta quarta-feira um recorde de contágios diários de covid-19 desde o início da pandemia, anunciou que deixará de pagar salário aos trabalhadores sem certificado que prove a sua vacinação ou teste negativo.

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O Governo da Eslováquia, país que registou esta quarta-feira um recorde de contágios diários de covid-19 desde o início da pandemia, anunciou que deixará de pagar salário aos trabalhadores sem certificado que prove a sua vacinação ou teste negativo.

A medida, que abrange os trabalhadores não vacinados contra a covid-19, que não tenham tido e recuperado da doença ou não tenham ainda feito um teste de despistagem, inclui a fiscalização com controlos policiais para garantir que se cumprem as restrições.

As forças policiais, segundo o Governo eslovaco, têm poder suficiente para encerrar as empresas que entrem em incumprimento.

A norma geral estabelece que, quem não tenha um certificado de vacinação ou teste negativo, passará à situação de férias não remuneradas, embora as empresas que não o desejem possam acordar condições particulares para que os seus funcionários possam trabalhar a partir de casa, sem a necessidade de se deslocarem para os respectivos locais de trabalho.

Segundo dados do Ministério da Saúde eslovaco, a Eslováquia, país com cerca de 5,45 milhões de habitantes, tem um índice de vacinação completa de 45%.

Os dados desta quinta-feira indicam que, das 2.478 pessoas contaminadas – 438 em unidades de cuidados intensivos –, 80% não foram vacinadas nem com a primeira dose.

A medida anunciada esta quarta-feira pelo Governo terá ainda de ser aprovada pelo Parlamento, que o analisará no quadro de um debate de urgência, algo que não apresenta problemas para o executivo, integrado por conservadores, liberais e populistas.

Presidente pediu medidas “impopulares”

Na terça-feira, a Presidente eslovaca, Zuzana Caputova, exigiu ao Governo “coragem” para legislar com urgência medidas “impopulares”, lembrando as “projecções catastróficas” feitas pelos especialistas.

No Inverno passado, a Eslováquia foi um dos países mais atingidos pela segunda onda de covid-19, maioritariamente com a variante Delta, liderando a lista de mortalidade mundial, com mais de 16 mortes diárias por milhão de habitantes em sete dias.

Desde o início da pandemia, a Eslováquia acumulou cerca de 527 mil casos de covid-19 (quase 5.000 novos casos nas últimas 24 horas) e pouco mais de 13.300 mortes (mais 45).