Médicos suspendem greves marcadas para o final do mês

Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos suspendem protesto que estava marcado para 23, 24 e 25 de Novembro. Decisão aprovada este sábado e concertada entre as duas estruturas.

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Paulo Pimenta

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiram suspender as greves que estavam marcadas para o final do mês. A decisão foi tomada este sábado pelos conselhos gerais de ambos os sindicatos, numa posição concertada entre as duas estruturas.

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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiram suspender as greves que estavam marcadas para o final do mês. A decisão foi tomada este sábado pelos conselhos gerais de ambos os sindicatos, numa posição concertada entre as duas estruturas.

Esta é mais uma das várias greves marcadas para Novembro que não vão acontecer, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022.

O SIM tinha mantido, num primeiro momento, a greve marcada para 23, 24 e 25 de Novembro, mas avançando que iria reunir para reflectir sobre um adiamento ou cancelamento do protesto, na sequência do chumbo do OE. Este sábado, numa videoconferência de imprensa, o líder do sindicato, Jorge Roque da Cunha, anunciou a suspensão da greve, garantindo, porém, que os motivos que tinham justificado o pré-aviso de greve mantêm-se válidos “mantêm-se todos”. “Não fora a dissolução do Parlamento” e o protesto iria manter-se, afiança. O SIM não quis, porém, “aumentar instabilidade àquela que já é natural quando existem disputas eleitorais”.

Roque da Cunha fez críticas ao Governo e à “falta de investimento” no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para este sindicato médico, é necessário que “os políticos percebam que é preciso investir no SNS”. Nesse sentido, na segunda-feira vai pedir uma reunião com todos os partidos para poder “dar contributos para os seus programas eleitorais, onde esperamos que continuem a defender” o serviço público de saúde.

Quase em simultâneo com a videoconferência de imprensa do SIM, a Fnam emitiu um comunicado dando conta de uma decisão idêntica. A posição foi concertada entre as duas estruturas sindicais depois de uma cimeira entre as suas direcções.

Também a Fnam quis deixar “bem claro que a degradação das condições do SNS e das condições laborais dos médicos se mantém como um problema grave e com necessidade de resolução urgente”. 

Recado para o próximo Governo

Este sindicato “assume, desde já, que exigirá uma negociação do seu caderno reivindicativo a qualquer Governo que venha a resultar das próximas eleições, com carácter urgente” e garante que “não hesitará em retomar” os protestos depois das Legislativas.

O chumbo do OE para 2022 veio pôr em suspenso a onda de greves que estavam marcadas para o mês de Novembro. Para a passada sexta-feira, estava convocada uma greve de professores — se o OE tivesse sido aprovado na generalidade, o Ministério da Educação deveria estar nesse dia a defender o documento na comissão parlamentar especializada. No entanto, a Federação Nacional da Educação (FNE), a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) decidiram desconvocar o protesto, no início desta semana.

A Fenprof irá, porém, associar-se à greve da administração pública marcada, que continua marcada para dia 12 de Novembro.

A primeira greve a ser suspensa tinha sido convocada pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), logo a 29 de Outubro. “Face ao chumbo do Orçamento do Estado e à previsível dissolução da Assembleia da República, e após auscultação dos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde, o Sindicato decidiu adiar a greve”, justificou então a estrutura.

Também a greve dos enfermeiros, convocada no início de Outubro na sequência de uma carta reivindicativa entregue ao Ministério da Saúde, pelos sete sindicatos do sector, e que devia ter acontecido na quarta-feira e quinta-feira passadas, acabou por ser desconvocada.