Pires de Lima sai do CDS: “O partido bateu no fundo. Isto é o fim da linha”

O ex-ministro da Economia anunciou na SIC Notícias que vai entregar o cartão de militante do CDS. “O partido bateu no fundo. Isto é o fim da linha”.

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O antigo número dois de Paulo Portas segue o exemplo de Mesquita Nunes e também abandona o CDS paulo pimenta

António Pires de Lima, ex-ministro da Economia no Governo PSD/CDS, vai desvincular-se do CDS. Em entrevista à SIC-Notícias, o antigo n.º2 do CDS justificou a sua decisão com as últimas 48 horas vividas no partido — em que Francisco Rodrigues dos Santos conseguiu travar o Congresso electivo — manifestando a sua incapacidade de votar no actual presidente do partido.

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António Pires de Lima, ex-ministro da Economia no Governo PSD/CDS, vai desvincular-se do CDS. Em entrevista à SIC-Notícias, o antigo n.º2 do CDS justificou a sua decisão com as últimas 48 horas vividas no partido — em que Francisco Rodrigues dos Santos conseguiu travar o Congresso electivo — manifestando a sua incapacidade de votar no actual presidente do partido.

“Não estou em condições de recomendar a ninguém o voto no líder, não tenho intenção de votar nele. Voto no CDS desde os 18 anos e pela primeira vez quero chegar às legislativas com a liberdade de votar em quem entender no espaço da direita democrática”, justificou Pires de Lima.

Para o antigo vice-presidente de Paulo Portas, “o partido bateu no fundo. Isto é o fim da linha”. Se já notava uma “degradação da vida democrática dentro do partido” nos últimos tempos da liderança de Francisco Rodrigues dos Santos – “o líder do CDS desqualifica em conselho nacional os que discordam dele” – Pires de Lima considera que “o culminar deste processo de desqualificação do partido” foi o facto de o presidente do CDS ter agora mudado de ideias quanto ao congresso electivo.

“Depois de ter prometido um congresso depois das autárquicas, depois de ter encontrado uma data que julgava que lhe era mais conveniente, ter sido surpreendido por esta não votação do Orçamento do Estado e acaba por ter a iniciativa de propor a desmarcação deste congresso e, com isso, sonegar a liberdade dos seus militantes de poderem escolher livremente” a direcção do partido, explicou o antigo governante. A decisão aprovada em conselho nacional é, na opinião de Pires de Lima, “a maior desqualificação dos militantes do CDS”, “que nunca tinha acontecido no passado”. 

“Não desejo o fim do meu partido. Sinceramente não tenho condições interiores para continuar a ser militante depois do que se passou nas últimas 48 horas”, disse ainda Pires de Lima, que toma a decisão de entregar o cartão de militante do CDS “com alguma tristeza e alguma dor”. 

O anúncio da saída de Pires de Lima do CDS acontece no mesmo dia que o antigo vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes anunciou a sua desvinculação do partido.