A Cultura e um OE que dormiu durante a pandemia

O OE 2022 indicia um certo desligamento do PS do país. O Governo parece não entender que um momento disruptivo como a pandemia traz não só necessidades novas, como também alteração de perspetivas e preferências da parte da população.

Na semana passada houve explosão de indignação com a proposta do Governo de dotação orçamental para o Ministério da Cultura em 2022 – ficará, fora os dinheiros para a RTP, em 0,25% da despesa pública total consolidada. Confesso que quase me diverti com algumas destas manifestações indignadas, dada a forma como muitos que trabalham no setor cultural se dispõem sempre a ser mascotes dos partidos à esquerda nas campanhas eleitorais, permitindo que estes se declarem grandes amigos e protetores das artes, recebendo invariavelmente em troca escassíssima apreciação quando chega aos assuntos do dinheiro duro. Digo quase porque na verdade não é nada divertida a permanente displicência financeira com a Cultura: trata-se de rendimentos de pessoas e famílias, do acesso de uma população pobre e pouco escolarizada a bens culturais (que, fora oferta estatal, nem se lembraria de os procurar) e, também, de uma aposta económica num setor com futuro.

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Na semana passada houve explosão de indignação com a proposta do Governo de dotação orçamental para o Ministério da Cultura em 2022 – ficará, fora os dinheiros para a RTP, em 0,25% da despesa pública total consolidada. Confesso que quase me diverti com algumas destas manifestações indignadas, dada a forma como muitos que trabalham no setor cultural se dispõem sempre a ser mascotes dos partidos à esquerda nas campanhas eleitorais, permitindo que estes se declarem grandes amigos e protetores das artes, recebendo invariavelmente em troca escassíssima apreciação quando chega aos assuntos do dinheiro duro. Digo quase porque na verdade não é nada divertida a permanente displicência financeira com a Cultura: trata-se de rendimentos de pessoas e famílias, do acesso de uma população pobre e pouco escolarizada a bens culturais (que, fora oferta estatal, nem se lembraria de os procurar) e, também, de uma aposta económica num setor com futuro.