Falta administrar 400 mil doses para atingir meta dos 85% com vacinação completa. Quem são?

Meta dos 85% foi a definida para o avanço da terceira fase do plano de desconfinamento.

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Paulo Pimenta

Portugal tem 80% da população já completamente imunizada e 85% já tomou pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 até ao passado domingo. Segundo a task force responsável pela vacinação, faltam assim “cerca de 400 mil inoculações” para que o país alcance os 85% da população com a vacinação completa. São, sobretudo, crianças e pessoas que por razões médicas não podem tomar a vacina. 

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Portugal tem 80% da população já completamente imunizada e 85% já tomou pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 até ao passado domingo. Segundo a task force responsável pela vacinação, faltam assim “cerca de 400 mil inoculações” para que o país alcance os 85% da população com a vacinação completa. São, sobretudo, crianças e pessoas que por razões médicas não podem tomar a vacina. 

Os registos do boletim indicam que, à data de domingo, já tinham a vacinação completa 8.836.679 pessoas, o equivalente a cerca de 85% da população do país – ou 95% dos portugueses elegíveis para tomar a vacina.

Segundo o que a task force confirmou ao PÚBLICO, isto significa que até esta terça-feira ficam a faltar “cerca de 400 mil” inoculações para que se alcance o objectivo definido para o desenrolar da fase 3 do plano de desconfinamento, que previa para Outubro 85% da população completamente vacinada.

Em relação à população elegível para a vacina, a task force não esclareceu quantos os portugueses que ainda poderão ser vacinados acima dos 85% e não o fizeram. Há cerca de duas semanas, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da equipa, admitia que a taxa de recusa em Portugal ia ser “3 a 3,5%, no máximo serão 4%”.

Como se caracteriza, então, os cerca de 15% da população que não estão vacinados ou a meio desse processo? Cerca de 10% da população nacional são jovens com menos 12 anos, o que reduz logo a população elegível e não vacinada para 5% (o que explica os 95% de portugueses elegíveis para vacina que já a tomaram, como foi referido acima). Neste grupo estão os que recusam vacinar-se, os tais entre os 3% e 4% referidos pelo vice-almirante.

Há ainda as pessoas que estiveram infectadas com o SARS-CoV-2 nos últimos três meses e ainda casos de pessoas que, por motivos de saúde, são aconselhados a não ser vacinados.

Dados de vacinação no boletim são arredondados às unidades

Sobre as faixas etárias dos 65 aos 79 anos e 80 ou mais anos, que, de acordo com o relatório de vacinação mais recente, já atingiram os 100% de população vacinada, a task force referiu que a Direcção-Geral da Saúde utiliza as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) da população residente em Portugal e que arredonda depois as percentagens à unidade. Os 100% que surgem no relatório de vacinação estão, assim, acima dos 99,5%, mas nem todos estarão já vacinados – um exemplo disso é o facto de, mesmo com 100% tanto na primeira dose como na vacinação completa, haver disparidade de valores.

Outra questão se levanta ao consultarmos as estimativas do INE para a população residente em Portugal no ano de 2020, as mais recentes disponibilizadas. Os números da população dos 65 aos 79 anos e dos maiores de 80 anos são inferiores ao número de primeiras doses administradas, o que faria com que, no cálculo da percentagem de vacinação com base nesta estimativa do ano passado, o registo fosse teoricamente superior a 100%.

O PÚBLICO tentou contactar a DGS em relação aos dados do relatório de vacinação, sem sucesso até ao momento.