Gouveia e Melo recebido com aplausos no primeiro dia da vacinação dos jovens dos 12 aos 15 anos

Vacinação de adolescentes entre os 12 e os 15 anos começou este sábado. Ao final da manhã, tinham sido já vacinadas cerca de 45 mil pessoas, a maior parte deste grupo etário.

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Centro de vacinação de Matosinhos PAULO PIMENTA

O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 foi recebido este sábado no centro de vacinação de Alcabideche, em Cascais, com muitos aplausos, no dia em que começaram a ser vacinados os jovens entre os 12 e 15 anos.

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O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 foi recebido este sábado no centro de vacinação de Alcabideche, em Cascais, com muitos aplausos, no dia em que começaram a ser vacinados os jovens entre os 12 e 15 anos.

“Não estava à espera. Já visitei muitos pavilhões, mas eu julgo que os problemas recentes fizeram com que os pais também tomassem mais consciência deste processo. Acho que estes aplausos foram mais para me animar e eu agradeço imenso e fico comovido”, disse o coordenador da task-force responsável pela campanha de vacinação, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, no final da visita.

Há uma semana, em Odivelas (Lisboa), o vice-almirante foi recebido com insultos no centro de vacinação instalado no pavilhão multiusos por algumas dezenas de manifestantes anti-vacinação, que gritaram palavras como “assassino”. 

Pelas 11h40 deste sábado – este é o primeiro de dois fins-de-semana dedicados a esta faixa etária –​ era visível uma fila já extensa de muitos jovens, a maioria acompanhada pelos pais, para entrar no centro de vacinação de Alcabideche, no concelho de Cascais.

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Centro de vacinação de Matosinhos PAULO PIMENTA

À entrada do complexo, Maria Santos, de 13 anos, não conseguia esconder a ansiedade pela vacinação, confessando que estava “um bocado nervosa”, apesar de "confiante”. Ao seu lado, a mãe, Ana Cardoso, disse que a vacinação dos mais jovens “é essencial” para os proteger. “Vamos criar segurança para a vacinação e proteger as nossas crianças, agora que as aulas vão iniciar-se, em Setembro. Este é um passo importante para criar essa segurança”, sustentou.

Já na área de recobro, Afonso Pereira, de 14 anos, manifestou a sua satisfação pelo facto de a vacina não ter doído como pensava e por poder “voltar a socializar”. “Pensei que ia doer mais, mas não doeu. Quase não senti. Cada vez mais queremos voltar a socializar e a vacina é muito importante. Vinha com uma óptima expectativa e correu bem”, confessou.

A mãe de Afonso, Vânia Andrade, contou que o filho, que nasceu prematuro (23 semanas), “sempre quis ser vacinado”, pois vê na vacina “uma forma de protecção”. “Acho que é uma protecção para eles e para nós. Acho fundamental. Dúvidas todos nós temos, mas eu guio-me por aquilo que os médicos dizem e, por isso, sempre estive tranquila”, ressalvou.

Duarte Saraiva, de 14 anos, chegou ao centro de vacinação de Alcabideche na companhia do irmão Jaime, de 16 anos, que também foi vacinado, e do pai. “Vim com a expectativa de não apanhar covid e poder ir para sítios com a vacina e poder ir a concertos”, explicou, sublinhando que o facto de os irmãos já terem sido vacinados o ajudou a ter “menos medo”.

110 mil agendamentos neste fim-de-semana 

São exemplos como este que deixaram Gouveia e Melo orgulhoso pela adesão dos jovens à vacinação. Ao final da manhã, em todo o continente, tinham sido vacinadas cerca de 45 mil pessoas, a maior parte jovens entre os 12 e os 15 anos – para este primeiro fim-de-semana estão agendados cerca de 110 mil. “Este é o quarto centro de vacinação em que passo e estão cheios. As pessoas a virem em massa para a vacinação...O que é que eu posso dizer? Estou emocionado”, admitiu.

Questionado sobre a decisão do Governo dos Açores de se preparar para o processo de vacinar os mais vulneráveis com uma terceira dose, o vice-almirante respondeu que as entidades regionais “têm autonomia para tomar essas decisões”, escusando-se a fazer considerações sobre o timing.

“Acho que isso é normal, faz parte da autonomia. No entanto, nesta fase ainda não começamos de dar as segundas doses a toda a população. Não digo que é precipitado. Eles têm as suas razões e motivos. Nós [no continente] ainda não estamos nessa fase e quem vai decidir isso será a DGS [Direcção-Geral da Saúde] a devido tempo”, frisou.

Além dos adolescentes que tenham realizado o pedido de agendamento para os dias 21 e 22 de Agosto, e aqueles que tenham sido chamados pelos serviços de saúde, a task-force decidiu abrir também a modalidade “casa aberta”, à semelhança do que aconteceu no fim-de-semana anterior com os jovens de 16 e 17 anos.

Esta modalidade, que funciona em horários limitados, dispensa a marcação prévia, exigindo apenas a obtenção de uma senha digital através do portal do Ministério da Saúde, e actualmente só está disponível a partir dos 16 anos.

As datas para a toma da segunda dose também já estão definidas. No fim-de-semana de 11 e 12 de Setembro, os jovens entre os 12 e os 15 anos estarão de regresso para completar a vacinação, mesmo antes do início do ano lectivo.

A vacinação desta faixa etária vai continuar no próximo fim-de-semana, estando aberto o auto-agendamento para essas datas até este sábado, que abrange também a faixa etária dos 16 e 17 anos.

De acordo com o calendário definido pela task-force, o objectivo é concluir o processo de vacinação dos jovens até ao dia 19 de Setembro, após o início do ano lectivo. Nesse fim-de-semana que serão administradas as segundas doses do próximo “turno”.

A recomendação da DGS para a vacinação universal das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos foi conhecida no passado dia 10, deixando assim de ficar circunscrita a situações específicas, como os casos em que existam doenças de maior risco associado à covid-19.