Polícia deteve centenas de manifestantes anti-confinamento na Austrália

Confrontos resultaram na hospitalização de sete agentes que ficaram feridos. Polícia dispersou manifestantes em Melbourne e Sydney.

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A polícia australiana deteve este sábado centenas de manifestantes que protestavam contra o confinamento em Melbourne e Sydney. Os confrontos resultaram na hospitalização de sete polícias que ficaram feridos, numa altura em que o país registou o maior aumento diário de casos de covid-19 de sempre.

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A polícia australiana deteve este sábado centenas de manifestantes que protestavam contra o confinamento em Melbourne e Sydney. Os confrontos resultaram na hospitalização de sete polícias que ficaram feridos, numa altura em que o país registou o maior aumento diário de casos de covid-19 de sempre.

A polícia de intervenção usou gás lacrimogéneo para dispersar multidões de mais de 4000 pessoas em Melbourne, enquanto grupos mais pequenos de manifestantes foram impedidos de se reunirem em Sydney pelas forças policiais.

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Steven Saphore/EPA

A polícia do estado de Victoria revelou que deteve 218 pessoas em Melbourne, tendo emitido ainda 236 multas e mantido três pessoas sob custódia por agressões aos agentes. As pessoas que foram detidas poderão ter de pagar multas de até 5452 dólares australianos (o que equivale a cerca de 3326 euros) cada por violarem as regras de saúde pública. Em comunicado, a polícia de Victoria classificou a manifestação de “violenta e ilegal”.

Já a polícia de Nova Gales do Sul revelou ter autuado 47 pessoas em Sydney por violação das regras de saúde pública ou resistência às autoridades, entre outros crimes, e multou mais de 260 pessoas. Segundo a força policial, cerca de 250 pessoas dirigiram-se a Sydney para participarem nos protestos e mais de 1500 agentes foram mobilizados, bloqueando estradas e detendo dezenas de pessoas.

Os protestos contra o confinamento também aconteceram em Brisbane.

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DAVE HUNT/EPA

Neste sábado, a Austrália reportou 894 novos casos de covid-19, dos quais a maioria foram detectados em Sydney, o actual epicentro de um surto impulsionado pela variante Delta.

Sydney, a maior cidade da Austrália com mais de cinco milhões de habitantes, está em confinamento há mais de dois meses. Na sexta-feira, o confinamento na cidade — imposto em Junho — foi prorrogado até ao final de Setembro.

“Não importa os esforços, mesmo se 99% das pessoas estejam a fazer o que é certo, há o elemento Delta que ninguém controla”, afirmou aos jornalistas o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, para quem “o melhor meio para reencontrar a liberdade é assegurar a vacinação”.

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Steven Saphore/EPA

Um foco epidémico no estado de Victoria, onde Melbourne se localiza, também levou à prorrogação do confinamento em todo o estado.

As restrições foram ainda estendidas a dois estados e à capital australiana, Camberra, afectando mais de 15 milhões de pessoas.

Desde o início da pandemia, a Austrália contabilizou cerca de 43 mil casos de covid-19 e 978 mortes causadas pela doença, numa população de 25 milhões de pessoas.

Apenas cerca de um terço dos australianos com mais de 16 anos estão totalmente vacinados, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados este sábado. Contudo, a campanha nacional de vacinação acelerou nas últimas semanas, com as autoridades a estabelecerem a meta de mais de 70% da população vacinada para flexibilizarem as restrições.