Esther Williams: os 100 anos de uma sereia
É, indubitavelmente, uma estrela singular, única, não tivessem criado propositadamente para ela um novo subgénero de filmes, os chamados aquamusicals.
Ela era alta, de ombros largos e de sorriso encantador. Costumava apresentar-se de cabelo apanhado emoldurando seu rosto quadrado. Geralmente vestia um maiô típico dos anos 40/50, que deixava revelar as suas compridas e bem torneadas pernas. A “sereia de Hollywood”, Esther Williams, faria a 8 de Agosto 100 anos de vida (faleceu em 2013). Era do signo de Leão, fogo, mas todos sabemos que o seu elemento era a água. É, indubitavelmente, uma estrela singular, única, não tivessem criado propositadamente para ela um novo subgénero de filmes, os chamados aquamusicals. A sua fórmula mais emblemática envolve quase sempre números musicais em piscinas (vários são exemplos de natação sincronizada), maiôs e pequenas participações de vários artistas musicais, sendo produzidos em technicolor. De uma forma geral, não são consideradas prestigiadas produções cinematográficas e nenhum representa, nem de longe, o melhor que a Fábrica de Sonhos podia fazer em termos de musicais. Não obstante, são charmosos, reflectem o glamour da MGM, o mais glorioso dos estúdios de Hollywood, e têm algum interesse histórico dado serem tão singulares e muito bons exemplos do escapismo que Hollywood produzia.
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Ela era alta, de ombros largos e de sorriso encantador. Costumava apresentar-se de cabelo apanhado emoldurando seu rosto quadrado. Geralmente vestia um maiô típico dos anos 40/50, que deixava revelar as suas compridas e bem torneadas pernas. A “sereia de Hollywood”, Esther Williams, faria a 8 de Agosto 100 anos de vida (faleceu em 2013). Era do signo de Leão, fogo, mas todos sabemos que o seu elemento era a água. É, indubitavelmente, uma estrela singular, única, não tivessem criado propositadamente para ela um novo subgénero de filmes, os chamados aquamusicals. A sua fórmula mais emblemática envolve quase sempre números musicais em piscinas (vários são exemplos de natação sincronizada), maiôs e pequenas participações de vários artistas musicais, sendo produzidos em technicolor. De uma forma geral, não são consideradas prestigiadas produções cinematográficas e nenhum representa, nem de longe, o melhor que a Fábrica de Sonhos podia fazer em termos de musicais. Não obstante, são charmosos, reflectem o glamour da MGM, o mais glorioso dos estúdios de Hollywood, e têm algum interesse histórico dado serem tão singulares e muito bons exemplos do escapismo que Hollywood produzia.
Esther, uma rapariga californiana, estava prestes a participar nos Jogos Olímpicos de 1940, mas estes acabaram por não se realizar devido ao estouro da 2.ª Guerra Mundial. O seu sonho de se tornar campeã olímpica de natação ficou arruinado, contudo, como ela chegou a reconhecer, conseguiu consolo ao virar movie star da MGM (nada mau!). Teve a sua primeira aparição nas telas num dos filmes da xaroposa série Andy Hardy. Apesar de o filme não ter nenhum número aquático, é o único em que podemos ver Esther a nadar debaixo de água a preto e branco e com o cabelo solto. Também é um dos poucos filmes em que aparece de biquíni. Porém, a actriz só viraria protagonista no seu filme de 1944, Escola de Sereias, o seu primeiro aquamusical de entre os vários que fez ao longo da segunda metade dos anos 40 e primeira metade dos 50. O filme, de argumento pouco substancial, tem, como compensação, um colorido alegre (onde se destaca o cor-de-rosa) e um dos melhores números aquáticos da Esther, onde ela nada graciosamente ao som de Strauss. O número aquático de Escola de Sereias é um dos números mais elaborados de toda a filmografia da actriz, o que pode ser estranho, dado tratar-se do seu primeiro grande aquashow. Convém, no entanto, destacar ainda A Rainha do Mar (1952), que contém os shows aquáticos mais grandiosos de toda a sua carreira, dirigidos pelo lendário Busby Berkeley, e A Sereia Perigosa (1953), um dos seus melhores filmes, onde ela aparece a nadar juntamente com os desenhos animados Tom e Jerry.
Embora os seus filmes fossem, na maioria das vezes, sucessos comerciais, o seu último musical, A Favorita de Júpiter (1955), fracassou na bilheteira. Pouco depois, o seu contrato com a MGM acabou e Esther tentou a sua sorte como actriz dramática e fora de água, contudo sem grande sucesso. Como disse Fanny Brice: “Esther Williams? Molhada, ela é uma estrela. Seca, não é.”
Convenhamos, apesar de espirituosa, esta frase é um pouco redutora. Esther tem bastante magnetismo mesmo fora de água. Com o tempo, deixou o cinema e virou mulher de negócios, lançando colecções de fatos de banho. Provavelmente, poucos levarão a sério os seus filmes kitsch. Contudo, é impensável não ter em séria consideração a mulher para a qual foi inventado um novo subgénero cinematográfico e que, até aos dias de hoje, não teve nenhuma sucessora.