O que é feito do “#MeToo português”?

O #MeToo encontrou um inimigo terrível em Portugal – um país pequeno, paroquial e endogâmico, no qual quase ninguém consegue apontar o dedo a um poderoso sem o risco de desemprego e desterro social.

Em finais de Abril e inícios de Maio fomos inundados por notícias e artigos de opinião que asseguravam que o movimento #MeToo tinha finalmente chegado a Portugal, pronto a arrasar a arcaica desigualdade de género que desqualifica a pátria enquanto nação contemporânea. Depois de ter capturado a agenda mediática durante duas ou três semanas, o movimento parou e desapareceu, o que é sintomático da atenção que hoje damos a todos os assuntos, mesmo aos mais importantes. É sempre uma atenção muito relativa, subordinada ao fastio dos consumidores de informação, ao seu interesse fugidio e superficial, e à necessidade vertiginosa de renovação dos ciclos noticiosos. Mas, independentemente disso, o caso também diz muito sobre a improbabilidade de um fenómeno como o #MeToo ter em Portugal o impacto que teve no mundo anglo-saxónico.

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Em finais de Abril e inícios de Maio fomos inundados por notícias e artigos de opinião que asseguravam que o movimento #MeToo tinha finalmente chegado a Portugal, pronto a arrasar a arcaica desigualdade de género que desqualifica a pátria enquanto nação contemporânea. Depois de ter capturado a agenda mediática durante duas ou três semanas, o movimento parou e desapareceu, o que é sintomático da atenção que hoje damos a todos os assuntos, mesmo aos mais importantes. É sempre uma atenção muito relativa, subordinada ao fastio dos consumidores de informação, ao seu interesse fugidio e superficial, e à necessidade vertiginosa de renovação dos ciclos noticiosos. Mas, independentemente disso, o caso também diz muito sobre a improbabilidade de um fenómeno como o #MeToo ter em Portugal o impacto que teve no mundo anglo-saxónico.