Ariel Henry toma posse como primeiro-ministro do Haiti

Neurocirurgião de 71 anos sucede a Claude Joseph, que se demitiu na segunda-feira. Novo líder do Governo pede unidade e estabilidade e promete continuar investigação à morte do Presidente Jovenel Moïse.

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Ariel Henry durante o discurso de tomada de posse como novo primeiro-ministro do Haiti RICARDO ARDUENGO/Reuters

O Governo do Haiti nomeou formalmente Ariel Henry como primeiro-ministro, quase duas semanas depois do Presidente Jovenel Moïse ter sido assassinado em resultado de uma conspiração que, provavelmente, se estende muito além das fronteiras do país caribenho.

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O Governo do Haiti nomeou formalmente Ariel Henry como primeiro-ministro, quase duas semanas depois do Presidente Jovenel Moïse ter sido assassinado em resultado de uma conspiração que, provavelmente, se estende muito além das fronteiras do país caribenho.

Henry assumiu o papel de líder de facto da nação mais pobre do Hemisfério Ocidental numa cerimónia realizada na terça-feira na capital do país, Port-au-Prince, onde iniciou o seu discurso de tomada de posse com um minuto de silêncio em honra do Presidente assassinado.

“É hora de unidade e estabilidade”, disse Henry, que sucede ao primeiro-ministro interino, Claude Joseph, que apresentou a sua demissão na segunda-feira. O novo líder do Governo prometeu criar as condições para que o maior número possível de pessoas possa votar nas eleições marcadas para Setembro.

O neurocirurgião de 71 anos descreveu o novo executivo como uma equipa de “consenso” e afirmou que está disposto a enfrentar a situação no país, uma tarefa que classificou como “árdua e complicada”, pedindo a participação de todos os sectores da sociedade haitiana. 

A reactivação da economia e o restabelecimento da segurança no país, mergulhado na violência dos gangues, especialmente em Port-au-Prince, foram as prioridades apontadas pelo novo primeiro-ministro.

“Aceitei esta missão com muita humildade e sabedoria”, afirmou Henry no seu discurso, no qual fez um apelo à “unidade” dos haitianos e esclareceu que embora não pretenda “impor uma solução”, vê o diálogo “como a principal opção para a resolução dos conflitos”, citou o jornal Gazette Haiti.

“Devemos restaurar a confiança e a autoridade do Estado em todos os cantos do país”, continuou, acrescentando que as instituições do país devem assim retomar o seu “funcionamento normal”.

No seu discurso, Henry prestou homenagem a Moïse e afirmou que continuará a trabalhar na investigação para encontrar os autores de assassinato do Presidente haitiano. “Jamais devemos passar por outra tragédia como esta”, acrescentou.

Ariel Henry tomou posse no mesmo dia em que se realizou uma cerimónia de homenagem a Jovenel Moïse, assassinado na sua residência na capital do país por um grupo constituído na sua maioria por mercenários colombianos.

O próprio chefe de segurança do líder, alguns polícias haitianos e alguns haitianos-americanos foram presos sob suspeita de envolvimento na conspiração para assassinar o presidente. As três últimas detenções, de mais dois polícias e outro cidadão haitiano, foram feitas na terça-feira.