Espanha sem golo na Andaluzia

“Roja” entra no Euro com um empate sem golos frente à Suécia. Domínio espanhol foi constante, mas ineficaz.

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Isak deu muito trabalho à defesa espanhola LUSA/Thanassis Stavrakis / POOL

A Espanha teve uma entrada em falso no Euro 2020, ao não conseguir melhor que um empate sem golos em Sevilha frente à Suécia, em jogo a contar para o Grupo E. Esta partilha de pontos entre ibéricos e suecos deixa a Eslováquia como líder isolado do agrupamento, depois de ter triunfado durante a tarde sobre a Polónia de Paulo Sousa. Sob o calor escaldante da Andaluzia, mesmo à noite, o domínio espanhol foi constante, sem ser avassalador, mas faltou à selecção de Luis Enrique alguém que conseguisse bater o inspiradíssimo Robin Olsen na baliza dos nórdicos.

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A Espanha teve uma entrada em falso no Euro 2020, ao não conseguir melhor que um empate sem golos em Sevilha frente à Suécia, em jogo a contar para o Grupo E. Esta partilha de pontos entre ibéricos e suecos deixa a Eslováquia como líder isolado do agrupamento, depois de ter triunfado durante a tarde sobre a Polónia de Paulo Sousa. Sob o calor escaldante da Andaluzia, mesmo à noite, o domínio espanhol foi constante, sem ser avassalador, mas faltou à selecção de Luis Enrique alguém que conseguisse bater o inspiradíssimo Robin Olsen na baliza dos nórdicos.

Como honrar a história rica da selecção espanhola e, ao mesmo tempo, criar uma identidade própria? É nesta duplicidade que navega Luis Enrique com esta versão da “roja” no Euro 2020. Não seria justo comparar uma equipa que tinha Xavi, Iniesta e outros, com esta, que tem gente que sabe, indiscutivelmente, jogar futebol e com um estilo aproximado à que dominou o futebol mundial entre 2008 e 2012. Olha-se para a estatística final do jogo e percebe-se que é assim: 75% de posse de bola e 840 passes completos, enquanto os suecos fizeram apenas 106 passes.

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E seria injusto dizer que a Espanha não fez o suficiente para ter uma entrada vitoriosa no Euro. Acumulou oportunidades de golo, mas falhou-as todas, umas por demérito próprio, outras por mérito do gigante que ocupava a baliza da Suécia, Robin Olsen, que teve uma mão cheia de enormes intervenções. O guardião que nem sequer é titular do seu clube (é suplente de Pickford no Everton) foi a face mais visível de uma selecção nórdica que se sentiu sempre muito confortável no seu papel e que foi sólida e solidária até ao último segundo.

A jogar em casa, como irá acontecer em todos os jogos da fase de grupos, a Espanha entrou convicta do seu próprio favoritismo e fez o cerco aos suecos. Todos, menos o guarda-redes Unai Simón, jogavam no meio-campo contrário, e a bola circulava com grande fluidez. Dani Olmo testou os reflexos de Olsen logo aos 15’ num cabeceamento, Koke atirou por cima aos 29’ após jogada do avançado do Leipzig. A maior perdida de todas, no entanto, pertenceu a Morata aos 38’, que ficou com a baliza à mercê após um erro de Danielsson, mas o avançado da Juventus atirou ao lado.

A Suécia, por seu lado, era orgulhosamente defensiva, mas isso não queria dizer que não tivesse as suas armas. Sem Ibrahimovic, que se lesionou pouco antes do torneio, Forsberg, Berg e Isak eram o suficiente para não deixar a defesa espanhola descansar, sobretudo o jovem avançado da Real Sociedade, que é, de facto, um craque capaz de resolver as coisas sozinho. Quase o fez na primeira jogada de perigo criada pela Suécia aos 41’, com um remate que Marcos Llorente desviou em cima da linha de golo e para o poste.

Enrique esperou até à hora de jogo para mudar alguma coisa, mas não o fez com o sentido de meter gente no ataque. Meteu gente no meio-campo, Thiago e Sarabia, sacrificando o seu único ponta-de-lança, o desinspiradíssimo Morata. E a Suécia conseguiu respirar um bocadinho, mantendo as suas fileiras cerradas, mas a espreitar alguma brecha do adversário. Aos 61’, descobriu uma e quase marcou. Isak recebeu a bola na área da Espanha, manobrou entre três defesas e deixou-a fácil para Berg encostar, mas o remate do veterano sueco foi fora do alvo.

A 15’ do fim, Enrique finalmente meteu em campo aquele que talvez merecesse ser titular acima de todos, Gerard Moreno, o ponta-de-lança do Villarreal, e a Espanha voltou a ganhar peso na frente. Como passou a haver uma referência, voltou a fazer sentido jogar pelas alas e, num dos momentos finais, Alba meteu a bola perfeita para a cabeça de Moreno. Olsen não deixou que a bola entrasse mais uma vez.