Hong Kong. Libertada activista pró-democracia Agnes Chow

O motivo da libertação antecipada de Chow, após ser sentenciada a dez meses de prisão, não foi claro. Joshua Wong continua na prisão.

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A activista não falou com a imprensa antes de ser conduzida a um carro com amigos e outros activistas EPA/JEROME FAVRE

A activista pró-democracia de Hong Kong, Agnes Chow, foi libertada da prisão este sábado, depois de cumprir quase sete meses de pena, por participar de ajuntamentos não autorizados durante os protestos antigovernamentais que aconteceram na cidade em 2019.

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A activista pró-democracia de Hong Kong, Agnes Chow, foi libertada da prisão este sábado, depois de cumprir quase sete meses de pena, por participar de ajuntamentos não autorizados durante os protestos antigovernamentais que aconteceram na cidade em 2019.

A activista de 24 anos foi condenada em conjunto com o activista Joshua Wong pelo seu envolvimento numa manifestação ilegal perto da sede da polícia na cidade governada pela China. Wong continua na prisão. 

O motivo da libertação antecipada de Chow, após ser sentenciada a dez meses de prisão, não foi claro. O Departamento de Serviços de Correcção não respondeu a um pedido de esclarecimentos enviado pela Reuters.

Chow foi libertada da Instituição de Correcção de Tai Lam, em Tuen Mun, Hong Kong. A activista não falou com a imprensa antes de ser conduzida a um carro pelos amigos e outros activistas.

Os apoiantes da activista gritaram “Agnes Chow add oil” (numa tradução literal: “Agnes Chow adiciona óleo"), uma expressão de encorajamento em cantonês que foi amplamente usada nos protestos que agitaram a cidade. Alguns apoiantes usaram camisolas pretas, máscaras amarelas e um um guarda-chuva amarelo, um símbolo de protestos na ex-colónia britânica, em 2014.

Mais tarde, Agnes Chow agradeceu aos amigos, numa publicação no Instagram, por estarem lá para a receber apesar da chuva. Disse ainda que o próximo plano era descansar: “A dolorosa metade do ano e 20 dias finalmente acabou”, escreveu.

Chow, junto com Wong e Nathan Law, que desde então recebeu asilo no Reino Unido, ganharam destaque como activistas durante os protestos de 2014 para exigir o sufrágio universal. Os três fundaram o grupo Demosisto em 2016, que foi dissolvido horas depois de Pequim ter aprovado uma lei de segurança nacional controversa no ano passado.

A lei sufocou o movimento pró-democracia e levantou preocupações sobre as perspectivas de autonomia prometidas para Hong Kong, sob a fórmula “um país, dois sistemas” quando foi entregue à China em 1997.

Chow foi presa no ano passado sob suspeita de “conluio com forças estrangeiras” à luz da nova lei de segurança, mas não enfrentou nenhuma acusação.