“Quero morrer, quem me salva?”: O suicídio primaveril

Neste período histórico de enormes sobressaltos de saúde pública, económicos e sociais que estamos a atravessar, importa recordar o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio (2013) e ter em linha de conta os seus grandes propósitos. Naturalmente que o desafio não se restringe apenas à esfera da Psiquiatria. É de todos. Da Sociedade.

A Primavera acordou. Eis a pujança e a alegria. Borboletas esvoaçam, flores irrompem, pássaros bicam. Ribeiros tocam uma musicalidade de cristal. Mas por um estranho contraste há pessoas melancólicas em redor. Já não vão à janela nem passeiam o cão. Mal falam. Olhar abismado, no infinito. Ensimesmadas. Horas na cama e sempre a mesma roupa. Espelho arredio da sentida fealdade. Nem pente ou escova. Nem água de banho para higiene ou alindamentos. Álcool para tentar adormecer, mas noites em claro. Canecas de água cafezada. Pão com pão. O tempo vagaroso. Cinzentas ou roxas por dentro. Tudo isto, para o qual as palavras rareiam, vem das profundezas, da mente e do cérebro. Que solitária languidez!

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Primavera acordou. Eis a pujança e a alegria. Borboletas esvoaçam, flores irrompem, pássaros bicam. Ribeiros tocam uma musicalidade de cristal. Mas por um estranho contraste há pessoas melancólicas em redor. Já não vão à janela nem passeiam o cão. Mal falam. Olhar abismado, no infinito. Ensimesmadas. Horas na cama e sempre a mesma roupa. Espelho arredio da sentida fealdade. Nem pente ou escova. Nem água de banho para higiene ou alindamentos. Álcool para tentar adormecer, mas noites em claro. Canecas de água cafezada. Pão com pão. O tempo vagaroso. Cinzentas ou roxas por dentro. Tudo isto, para o qual as palavras rareiam, vem das profundezas, da mente e do cérebro. Que solitária languidez!