O relatório do MAI que é urgente conhecer

Mesmo suspeitando de que qualquer inspector diligente será capaz de produzir um relatório em dois dias, o Governo tudo fará para arrefecer as averiguações e congelar as conclusões, na esperança de que o tempo remeta a história para o esquecimento

Já se passaram dez dias desde que dezenas de milhares de pessoas decidiram, em nome da sua liberdade e fervor clubístico, desobedecer às regras de protecção sanitária e ir para a rua festejar um campeonato. Gastaram-se já quase outros tantos sem que haja notícias do inquérito que o Ministério da Administração Interna instaurou à inacreditável incúria das autoridades para prevenir ou gerir a festa. No essencial, sabemos de uma autarquia que sacode a água do capote por não ter coragem de decidir que uma “manifestação” não é um ajuntamento de adeptos à volta de carrinhas com cerveja e um ecrã gigante; de um ministério que se demitiu de coordenar o processo; de emails que se perderam; e da vontade de todos em passar culpas em vez de assumirem a incapacidade de gerir a festa com as regras da situação de calamidade que impõem ao cidadão comum.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Já se passaram dez dias desde que dezenas de milhares de pessoas decidiram, em nome da sua liberdade e fervor clubístico, desobedecer às regras de protecção sanitária e ir para a rua festejar um campeonato. Gastaram-se já quase outros tantos sem que haja notícias do inquérito que o Ministério da Administração Interna instaurou à inacreditável incúria das autoridades para prevenir ou gerir a festa. No essencial, sabemos de uma autarquia que sacode a água do capote por não ter coragem de decidir que uma “manifestação” não é um ajuntamento de adeptos à volta de carrinhas com cerveja e um ecrã gigante; de um ministério que se demitiu de coordenar o processo; de emails que se perderam; e da vontade de todos em passar culpas em vez de assumirem a incapacidade de gerir a festa com as regras da situação de calamidade que impõem ao cidadão comum.