Uma festa estragada pela negligência das autoridades

De duas, uma: ou o país viveu uma paranóia securitária durante 14 meses ou as multidões de terça à noite são um risco real; ou as regras das máscaras, dos cordões sanitários, dos restaurantes ainda fechados fazem sentido ou a festa foi um descontrolo

Quando, por volta da hora do jantar desta terça-feira, as imediações do Estádio de Alvalade reuniram dezenas de milhares de pessoas sem cumprirem as mais elementares regras de distanciamento social ou de protecção sanitária, percebeu-se que algo errado e muito grave estava a acontecer. Nessas imagens estava plasmada a prova de um monumental fracasso das autoridades. Uma chocante demonstração de irresponsabilidade colectiva. E um atentado à memória de um ano de ansiedade e privação partilhada pela sociedade portuguesa. No entanto, a essa hora, nada havia a fazer. Acreditar que a sensibilização e a pedagogia bastariam para alertar uma multidão de adeptos inebriados pela vitória seria ingénuo. Imaginar uma carga policial para debandar a multidão implicaria uma dose de violência inaceitável numa sociedade democrática. O mal estava feito.

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Quando, por volta da hora do jantar desta terça-feira, as imediações do Estádio de Alvalade reuniram dezenas de milhares de pessoas sem cumprirem as mais elementares regras de distanciamento social ou de protecção sanitária, percebeu-se que algo errado e muito grave estava a acontecer. Nessas imagens estava plasmada a prova de um monumental fracasso das autoridades. Uma chocante demonstração de irresponsabilidade colectiva. E um atentado à memória de um ano de ansiedade e privação partilhada pela sociedade portuguesa. No entanto, a essa hora, nada havia a fazer. Acreditar que a sensibilização e a pedagogia bastariam para alertar uma multidão de adeptos inebriados pela vitória seria ingénuo. Imaginar uma carga policial para debandar a multidão implicaria uma dose de violência inaceitável numa sociedade democrática. O mal estava feito.