Novos empréstimos à habitação disparam 45% em Março, mas com aumento dos juros

Taxa de juro média subiu oito pontos base, para 0,84%, pondo fim a sete meses consecutivos de mínimos históricos. Crédito ao consumo também cresceu.

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Antonio Bronic

A concessão de novos empréstimos para a compra de habitação em Março atingiu o valor mais elevado desde Janeiro de 2008, totalizando 1382 milhões de euros. Em causa está um aumento de 38,3% face a Fevereiro, ou mais 383 milhões de euros. O crescimento face a igual período do ano passado é de 45,1%.

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A concessão de novos empréstimos para a compra de habitação em Março atingiu o valor mais elevado desde Janeiro de 2008, totalizando 1382 milhões de euros. Em causa está um aumento de 38,3% face a Fevereiro, ou mais 383 milhões de euros. O crescimento face a igual período do ano passado é de 45,1%.

No primeiro trimestre do corrente ano, o total de crédito à habitação ascendeu a 3349 milhões de euros, mais 17,59% do que em igual período de 2020.

A pandemia não travou a escalada dos montantes, e a taxas de juro médias das novas operações divulgadas esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) quebraram sete meses consecutivos de mínimos históricos, ao subir oito pontos base, de 0,76% para 0,84%.

Apesar da interrupção da tendência de queda, as taxas de juro dos novos empréstimos estão ainda em níveis muito baixos, reflectindo os níveis negativos das taxas Euribor, mas também a maior concorrência entre as instituições financeiras por este tipo de crédito, o que tem levado a uma constante redução dos spreads, ou margem comercial aplicada a cada operação.

A concessão de crédito ao consumo também cresceu em Março, passando de 284 milhões de euros para 390 milhões (uma subida mensal de 106 milhões de euros), e para outros fins também subiu, passando de 190 milhões para 227 milhões de euros.

A taxa de juro média dos empréstimos ao consumo subiu ligeiramente, para 6,45% (0,43% no mês anterior), mas desceu para os créditos para outros fins (educação, saúde e outros), fixando-se em 2,99%, contra 3,20% em Fevereiro).

Taxa dos depósitos cai para 0,05%

Cada vez mais perto de zero está a taxa de juro média dos depósitos. Em Março, a taxa de juro média dos novos depósitos de particulares, até um ano, desceu um ponto base, para 0,05%, o que renova um novo mínimo histórico.

Os novos depósitos a prazo aumentaram em Março, totalizando 3866 milhões de euros, acima dos 3309 milhões de euros realizados em Fevereiro.

Já a taxa de juro média dos novos depósitos, até um ano, de empresas subiu um ponto base, para 0,06%, face a Fevereiro.

Nos novos créditos às empresas, a taxa de juro média dos novos empréstimos aumentou 25 pontos base face ao mês anterior, para 1,96%. Para esta subida terá contribuído a redução do efeito das linhas de crédito associadas à pandemia de covid-19 verificado no mês anterior, adianta o BdP.

Por segmento, a taxa de juro das operações abaixo de um milhão de euros aumentou 30 pontos base, para 2,25%, e a taxa das operações acima de um milhão de euros aumentou 32 pontos base, para 1,60%.