Mais de 9600 imigrantes viviam legalmente no concelho de Odemira em 2020

Segundo dados do SEF, a maioria dos imigrantes têm origem no Nepal e na Índia, seguindo-se Bulgária, Tailândia e Alemanha.

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Migrantes conversam num jardim no centro de Odemira LUSA/NUNO VEIGA

Um total de 9615 imigrantes viviam legalmente no concelho de Odemira em 2020, a maioria do Nepal e Índia, que trabalham essencialmente na agricultura, cujas empresas têm europeus em cargos de direcção e gestão, indicou o SEF, esta segunda-feira.

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Um total de 9615 imigrantes viviam legalmente no concelho de Odemira em 2020, a maioria do Nepal e Índia, que trabalham essencialmente na agricultura, cujas empresas têm europeus em cargos de direcção e gestão, indicou o SEF, esta segunda-feira.

Segundo dados provisórios do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) enviados à Lusa, residiam legalmente no concelho de Odemira, distrito de Beja, 9615 imigrantes legais, 2353 dos quais cidadãos do Nepal e 2328 da Índia, seguidos por cidadãos da Bulgária (930), da Tailândia (785) e da Alemanha (591).

O SEF avança que no concelho de Odemira, onde em 2019 viviam 8157 cidadãos estrangeiros, destacam-se as nacionalidades de origem indostânicas, sendo a agricultura, sobretudo as estufas, o sector de actividade que mais imigrantes emprega.

Aquele serviço de segurança sublinha que ainda relacionada com esta actividade agrícola regista-se a presença de alguns cidadãos europeus que desempenham cargos de direcção e gestão nas empresas.

De acordo com o SEF, a maioria dos imigrantes permanece nesta região por um período de tempo que permite “angariar meios económicos para voltar para o país de origem e aceder a um melhor nível de vida ou permanece durante largos anos, tendo como objectivo imediato trazer a família”.

No âmbito das suas competências, o SEF controla e fiscaliza a permanência e actividade dos cidadãos estrangeiros, tendo em vista não só razões de segurança, mas também para confirmar as efectivas relações laborais.

O SEF refere que “são verificadas e fiscalizadas as entidades empregadoras para confirmação dos vínculos laborais apresentados e a efectiva permanência em território nacional dos cidadãos estrangeiros, bem como acauteladas todas as consultas de segurança às bases de dados nacionais e internacionais”.

O SEF desenvolve também acções de sensibilização, fiscalização e de investigação criminal, acautelando a situação de eventuais vítimas de tráfico de seres humanos, em colaboração com as demais entidades competentes na matéria, tais como a Autoridade para as Condições do Trabalho, Guarda Nacional Republicana e a Segurança Social.

O SEF revelou esta segunda-feira que tem actualmente a decorrer 32 inquéritos em diversas comarcas do Alentejo, seis dos quais em Odemira, pelos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal.

Os dados do SEF indicam também que, desde 2018, na região do Alentejo, foram detidos 11 suspeitos e constituídos arguidos 37 pessoas e 14 empresas, tendo ainda sido sinalizadas, no mesmo período, 134 vítimas de tráfico de pessoas para exploração laboral.

O SEF refere ainda que tem vindo “a acompanhar de perto a permanência e a actividade de estrangeiros no Alentejo, em especial os que trabalham nas explorações agrícolas intensivas”.

O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo em trabalhadores do sector agrícola.

Nos últimos dias têm sido denunciadas as situações em que em estes trabalhadores agrícolas vivem e trabalham.