Mais de 4300 pessoas permanecem deslocadas depois das cheias em Díli
As cheias que fizeram pelo menos 32 mortos afectaram mais de 28 mil famílias em todo o território timorense. Há ainda nove pessoas dadas como desaparecidas.
Mais de 4300 pessoas continuam deslocadas em sete centros de acolhimento, em Díli, 18 dias depois das cheias que causaram 32 mortos e nove desaparecidos, indica o último balanço do Ministério da Administração Estatal timorense.
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Mais de 4300 pessoas continuam deslocadas em sete centros de acolhimento, em Díli, 18 dias depois das cheias que causaram 32 mortos e nove desaparecidos, indica o último balanço do Ministério da Administração Estatal timorense.
As cheias afectaram mais de 28.700 famílias em todo o país, a maior fatia das quais na capital, com perdas de casas, bens pessoais e plantações agrícolas, entre outros, diz o mesmo relatório, ao qual a Lusa teve acesso esta terça-feira.
Os dados actualizados mostram que ficaram destruídas ou danificadas 4546 casas e mais de 2160 hectares de campos de cultivo (especialmente em Manatuto, Bobonaro, Liquiçá e Viqueque), além de 42 estradas, 23 pontes e 29 outras infra-estruturas, incluindo escolas e outros edifícios públicos.
Das perto de 29 mil famílias afectadas, 25.881 vivem no município de Díli (90%) e 2.853 (10%) nos restantes municípios, sendo que das 25.881 famílias afectadas em Díli, 834 (com 4356 pessoas) encontram-se ainda em sete centros de acolhimento.
Nos primeiros dias depois das cheias, o número de deslocados em Díli chegou aos 15.876.
Além dos 32 mortos já confirmados (13 em Díli, sete em Ainaro, quatro em Viqueque, dois cada em Manatuto e Covalima e um cada em Aileu, Baucau, Liquiçá e Oecusse), as autoridades registaram nove desaparecidos, três em Ainaro, três em Manaturo, dois em Díli e um em Bobonaro.
Para recolher toda a informação, as autoridades timorenses prepararam vários inquéritos e até uma aplicação, onde são detalhados dados de estragos de bens familiares, no sector empresarial privado e em infra-estruturas.
Segundo o Ministério da Administração Estatal, foram já feitos 1655 registos de chefes de família, 83 de infra-estruturas em sucos [divisão administrativa] e 12 de estragos no sector privado.
Cristo Rei, Dom Aleixo e Vera Cruz foram as zonas mais afectadas em Díli, de acordo com os dados disponíveis.
O Governo de Timor-Leste indicou que já distribuiu apoios a 5323 famílias das mais de 19 mil afectadas pelas cheias, em Díli.
Além da produção agrícola, as cheias causaram ainda a perda de 832 animais, entre búfalos, vacas, galinhas e cabras, e a perda de vários barcos de pesca.