Um ano de pandemia: -65,2% de aeronaves aterradas e -80,6% de passageiros desembarcados

Estatísticas do transporte aéreo mostram o impacto que as medidas de combate à pandemia de covid-19 trouxe aos aeroportos nacionais. Agosto e Setembro foram os meses menos maus. Fevereiro trouxe um agravemento das quebras.

Foto
Rui Gaudencio

Entre Março de 2020, mês antes de se registarem as primeiras mortes em Portugal associadas ao vírus SARS-CoV-2, e Fevereiro de 2021, o número de aeronaves aterradas diminuiu 65,2% e desembarcaram menos 80,6% passageiros nos aeroportos nacionais, face aos 12 meses anteriores, Com a publicação das estatísticas de Fevereiro relativas ao tráfego aéreo nesta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), é possível fazer um balanço do impacto que teve um ano de pandemia nos aeroportos nacionais e perceber também melhor a crise actual no sector da aviação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Entre Março de 2020, mês antes de se registarem as primeiras mortes em Portugal associadas ao vírus SARS-CoV-2, e Fevereiro de 2021, o número de aeronaves aterradas diminuiu 65,2% e desembarcaram menos 80,6% passageiros nos aeroportos nacionais, face aos 12 meses anteriores, Com a publicação das estatísticas de Fevereiro relativas ao tráfego aéreo nesta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), é possível fazer um balanço do impacto que teve um ano de pandemia nos aeroportos nacionais e perceber também melhor a crise actual no sector da aviação.

Neste primeiro ano de pandemia, aterraram nos aeroportos nacionais 79,5 mil aeronaves em voos comerciais e desembarcaram 5,8 milhões de passageiros, reflectindo o impacto das medidas de restrição à mobilidade adoptadas em termos nacionais, e nos principais destinos e origens do tráfego aéreo para os aeroportos portugueses, tendo em vista limitar o efeito da pandemia.

Depois da eclosão da pandemia, os meses de Agosto e Setembro foram os meses em que se registaram menores decréscimos de aeronaves aterradas (-46,4% e -50,2%, respectivamente). No primeiro ano da pandemia, a França foi o principal país de origem dos voos com passageiros (18% dos passageiros desembarcados) e o Reino Unido o segundo (11%). No período homólogo pré-pandemia, os mesmos países ocupavam posições diferentes. Espanha, que surgia na terceira posição no período anterior à pandemia (representando 10% do total), surgiu no ano de pandemia na quinta posição, diminuindo o seu peso para metade (5%).

A Alemanha aumentou a sua representatividade no período de pandemia, em termos de passageiros desembarcados (de 8% para 10%). A Itália deixou de constar entre os cinco principais países durante o primeiro ano de pandemia, dando lugar à Suíça, que foi a origem de 6% do total de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais.

Nos voos comerciais, relativamente ao mês de Fevereiro de 2021, aterraram nos aeroportos nacionais cerca de 3,4 mil aeronaves, o que representa uma variação homóloga de -76,7% e um agravamento face aos valores de -62,0% apurados em Janeiro e de -57,3% em Dezembro. Em termos homólogos, o número de movimentos de passageiros registados nestes voos em Fevereiro deste ano significa uma quebra de -92,9%, reflectindo esse mesmo agravamento também face às variações negativas registadas em Janeiro (-79,3% ) ou em Dezembro (-74,7%)

O movimento de carga e correio também tem vindo a sofrer quebras, embora não tão expressivas como no movimento de passageiros. Em Fevereiro, foi de 11,6 mil toneladas, correspondendo a uma diminuição de 33,5% (havia sido -30,2% em Janeiro e -23,1% em Dezembro).