A auditoria da Deloitte é uma dor de cabeça

O Novo Banco fez vendas de activos que geraram perdas de 174 milhões de euros cobertos pelo Fundo de Resolução a entidades sobre as quais não tratou de averiguar, no tempo certo, se tinham conflitos de interesses.

O Governo, como é de lei, fez depender uma nova injecção de capital no Novo Banco, via Fundo de Resolução, dos resultados de uma auditoria da Deloitte. Os resultados da auditoria já são conhecidos e as suas conclusões revelam, pelo menos, um problema: o Novo Banco fez vendas de activos que geraram perdas de 174 milhões de euros cobertos pelo Fundo de Resolução a entidades sobre as quais não tratou de averiguar, no tempo certo, se tinham conflitos de interesses na prossecução dessas operações. Para que tudo fique claro: não tratou de saber se as vendas de activos do Novo Banco, geralmente sujeitas a fortes descontos sobre o seu valor no activo, não acabavam por ter como destino indivíduos, ou fundos, com posições na própria instituição. Havendo uma entidade próxima do Novo Banco com mais de 25% do capital desses fundos, haveria razões para suspeitar de conflito de interesses.

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O Governo, como é de lei, fez depender uma nova injecção de capital no Novo Banco, via Fundo de Resolução, dos resultados de uma auditoria da Deloitte. Os resultados da auditoria já são conhecidos e as suas conclusões revelam, pelo menos, um problema: o Novo Banco fez vendas de activos que geraram perdas de 174 milhões de euros cobertos pelo Fundo de Resolução a entidades sobre as quais não tratou de averiguar, no tempo certo, se tinham conflitos de interesses na prossecução dessas operações. Para que tudo fique claro: não tratou de saber se as vendas de activos do Novo Banco, geralmente sujeitas a fortes descontos sobre o seu valor no activo, não acabavam por ter como destino indivíduos, ou fundos, com posições na própria instituição. Havendo uma entidade próxima do Novo Banco com mais de 25% do capital desses fundos, haveria razões para suspeitar de conflito de interesses.