Líderes das distritais da Guarda e Portalegre do CDS-PP demitiram-se

No caso da Guarda, estão em causa uma “profunda frustração” em torno “do fracasso da desejada coligação [com o PSD] no concelho de Mêda.

Foto
Coligações com PSD são causa de divisão Nuno Ferreira Santos

Os presidentes das comissões políticas distritais do CDS-PP da Guarda, Henrique Monteiro, e de Portalegre, Nuno Serra Pereira, apresentaram a demissão, confirmaram nesta sexta-feira os dois à agência Lusa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os presidentes das comissões políticas distritais do CDS-PP da Guarda, Henrique Monteiro, e de Portalegre, Nuno Serra Pereira, apresentaram a demissão, confirmaram nesta sexta-feira os dois à agência Lusa.

Henrique Monteiro afirmou que se demitiram “dois terços dos elementos da comissão política distrital da Guarda” do CDS-PP, 13 dos 19 elementos, justificando com uma “profunda frustração” em torno “do fracasso da desejada coligação [com o PSD] no concelho de Mêda” para as eleições autárquicas de Setembro ou Outubro, que "o CDS pretendia liderar".

“E eu também me demito em solidariedade, já apresentei essa mesma demissão à secretaria-geral”, indicou o líder daquela estrutura, afirmando estar em causa uma “manifestação de desagrado pela forma como o processo autárquico foi desenvolvido [do município de Mêda] e também pelo resultado que foi obtido”.

Henrique Monteiro referiu que na quarta-feira João Mourato foi apresentado como candidato do PSD à Câmara Municipal de Mêda e apontou críticas à direcção centrista.

“As negociações foram avocadas pela direcção nacional do partido e deixaram à margem a comissão política distrital”, afirmou o líder da estrutura da Guarda, considerando que este “fracasso só se justifica por uma evidente inabilidade negocial da direcção” liderada pelo presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos.

Também os sociais-democratas não escaparam às críticas: “Parece que o PSD está mais interessado em impedir que o CDS cresça do que em conquistar posições ao PS”, afirmou, apontando que “a Câmara de Mêda é governada em maioria relativa há dois mandatos” e é “uma das câmara que está ao alcance dos dois partidos retirar ao PS”.

Indicando que o seu mandato estava a chegar ao fim, o presidente da distrital da Guarda do CDS-PP indicou que “presidente da mesa do plenário distrital já enviou convocatória” para eleições naquele órgão, que deverão realizar-se em “30 de Abril”.

Também líder da distrital de Portalegre do CDS-PP, Nuno Serra Pereira, confirmou à Lusa a sua demissão de líder daquela estrutura mas recusou fazer mais comentários, remetendo-os para “mais tarde”.