Neutralidade?

Continua a ser necessário lembrar quanto sofreram 900 mil ex-combatentes portugueses por terem sido obrigados a fazer a guerra, mas era bom que começássemos a lembrar o preço humano que pagaram os 250 mil que recusaram fazê-la.

“Um claro escolher de um dos lados da barricada por parte do jornal.” Foi assim que um dos leitores do PÚBLICO se queixou ao Provedor do Leitor da publicação da fotografia que fez capa no dia 14 deste mês a propósito dos 60 anos do início da guerra colonial. Nela aparecem vários soldados portugueses, entre eles um oficial, e membros de uma milícia branca que, em 1964, algures em Angola, celebram a morte e a incineração de um angolano. Provedor e Direção do jornal já se pronunciaram (PÚBLICO, 27.3.2021) e não é a mim que cabe discutir opções de natureza jornalística e editorial. O que me traz de novo a esta questão é verificar como, num país em que, ao contrário da maioria, não se abriu um único processo por crimes de guerra ou contra a Humanidade, se continua, 50 anos depois, a recusar olhar o passado nos olhos.

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“Um claro escolher de um dos lados da barricada por parte do jornal.” Foi assim que um dos leitores do PÚBLICO se queixou ao Provedor do Leitor da publicação da fotografia que fez capa no dia 14 deste mês a propósito dos 60 anos do início da guerra colonial. Nela aparecem vários soldados portugueses, entre eles um oficial, e membros de uma milícia branca que, em 1964, algures em Angola, celebram a morte e a incineração de um angolano. Provedor e Direção do jornal já se pronunciaram (PÚBLICO, 27.3.2021) e não é a mim que cabe discutir opções de natureza jornalística e editorial. O que me traz de novo a esta questão é verificar como, num país em que, ao contrário da maioria, não se abriu um único processo por crimes de guerra ou contra a Humanidade, se continua, 50 anos depois, a recusar olhar o passado nos olhos.