PRR: CDS-PP diz que plano do Governo mostra “um Estado socialista glutão”

Juventude Popular elegeu Francisco Camacho como novo líver no XXIV congresso. Francisco Rodrigues dos Santos criticou a opção do Governo pelo investimento em grandes obras públicas em vez de dinamizar a economia com apoios às famílias e empresas.

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LUSA/PAULO CUNHA

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, criticou neste domingo aquilo que considera ser “uma receita gasta” no Plano de Recuperação e Resiliência, considerando que este documento mostra “um Estado socialista glutão, que se confunde com o PS”.

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O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, criticou neste domingo aquilo que considera ser “uma receita gasta” no Plano de Recuperação e Resiliência, considerando que este documento mostra “um Estado socialista glutão, que se confunde com o PS”.

No encerramento do XXIV Congresso Nacional da Juventude Popular - que elegeu Francisco Camacho como novo líder daquela estrutura -, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que o CDS-PP é capaz de “propor um plano de recuperação da economia que este Governo se revelou incapaz de construir”.

“O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o Governo apresentou mostra bem uma atitude estatista e centrada nas obras públicas, em vez de criar uma dinâmica económica, apoiando os mais pobres e as empresas dos sectores mais afectados, que são as grandes vítimas desta crise”, criticou. Na perspectiva do líder do CDS-PP, “este PRR mostra ainda, cada vez mais, um Estado socialista glutão, que se confunde com o PS”.

“Usa uma receita gasta, que já sabemos que não serve, desviando a enorme maioria dos fundos europeus para investimentos públicos de utilidade duvidosa em vez de os entregar às verdadeiras vítimas desta catástrofe que são as famílias e as nossas pequenas e microempresas”, afirmou.

O resultado deste “método socialista”, segundo Francisco Rodrigues dos Santos, foi Portugal atirado para causa da Europa. “Ele [o método socialista] consiste em atirar dinheiro para cima dos problemas, o dinheiro desaparece, os problemas agudizam-se, mas as clientelas dos governos socialistas ficam sempre satisfeitas”, condenou.

O Governo liderado por António Costa, nas palavras do presidente do CDS-PP, apresenta-se “aos eleitores como grande dono do dinheiro público, distribuidor de subsídios, criador de emprego público”, acusando-o se ser ainda o “maior alimentador da sua principal base eleitoral, a administração pública”. “Estas são razões mais do que suficientes que levam o CDS a exigir a revisão do PRR e a sua imediata votação no Parlamento”, reiterou, uma ideia que já tinha defendido esta semana em comunicado.

Mas não foi apenas ao PS que Francisco Rodrigues apontou, tendo o PCP, que este fim-de-semana assinalou o seu centenário, estado na mira das críticas. “Num tempo em que vemos o país, com tantas ruas e praças decoradas, a celebrar um partido que perfilha a ideologia do comunismo, nós aqui orgulhamo-nos de poder celebrar a democracia cristã”, afirmou.

O CDS-PP, de acordo com o seu líder, não olha para o “comunismo como uma solução”, considerando que trouxe vários males ao mundo, entre os quais “milhões de mortos, pobreza, fome e miséria”. “E é por essas razões que não aceitamos esta glorificação”, disse, defendendo a “democracia cristã contra qualquer tipo de radicalismo que alguns querem propagandear na praça pública”.

O Plano de Recuperação e Resiliência, que Portugal apresentou para aceder às verbas comunitárias para fazer face às consequências da pandemia de covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, do clima e digitalização, correspondentes a um total de 13,9 mil milhões de euros de subvenções.