Ex-inquilinos da Fidelidade continuam a receber cartas de despejo

Apesar de ter sido renovada a suspensão de despejos e dos prazos de oposição à renovação de contratos, NeptuneCategory continua a mandar cartas aos antigos inquilinos da Fidelidade com a intenção de ver os fogos livres. Alguns estão desocupados deste Setembro de 2019

Foto
Manuel Roberto

Carlos Rodrigues (nome fictício) vive na mesma casa, no centro de Lisboa, desde 1975, altura em que regressou de Angola, e ele e a mãe foram viver para casa de uma tia. Dez anos depois (ainda antes de Carlos ir à tropa) a tia tinha saído daquela casa e ele fez novo contrato com o senhorio em que passou a titular. Por ser um contrato assinado antes de 1990 foi daqueles casos que a chamada Lei Cristas, publicada em 2012, na sequência da intervenção da troika em Portugal, veio actualizar. E liberalizar. Os contratos de Carlos passaram a ter prazos de cinco anos e, em Julho de 2019, deveria terminar o seu. Mas nessa altura, já o anterior senhorio, a Fidelidade, tinha vendido um vasto conjunto de imóveis a empresas-veículo criadas pelo Fundo Apollo, e a correspondência passou a ser feita com a NeptuneCategory.

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Carlos Rodrigues (nome fictício) vive na mesma casa, no centro de Lisboa, desde 1975, altura em que regressou de Angola, e ele e a mãe foram viver para casa de uma tia. Dez anos depois (ainda antes de Carlos ir à tropa) a tia tinha saído daquela casa e ele fez novo contrato com o senhorio em que passou a titular. Por ser um contrato assinado antes de 1990 foi daqueles casos que a chamada Lei Cristas, publicada em 2012, na sequência da intervenção da troika em Portugal, veio actualizar. E liberalizar. Os contratos de Carlos passaram a ter prazos de cinco anos e, em Julho de 2019, deveria terminar o seu. Mas nessa altura, já o anterior senhorio, a Fidelidade, tinha vendido um vasto conjunto de imóveis a empresas-veículo criadas pelo Fundo Apollo, e a correspondência passou a ser feita com a NeptuneCategory.