Os néons vão voltar ao topo do edifício do Diário de Notícias

Edifício que albergou durante décadas a sede do jornal foi transformado em apartamentos e numa loja no piso térreo. Fachada foi mantida, assim como alguns elementos interiores, uma vez que este prédio está desde 1986 classificado como Imóvel de Interesse Público.

Foto
Edifício tem hoje 34 apartamentos com tipologias de estúdio a T5 Rui Gaudencio/Arquivo

Quem passar estes dias pela Rotunda do Marquês de Pombal ou pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, notará a falta das letras góticas no topo do edifício que durante 76 anos albergou o Diário de Notícias. No entanto, estas deverão voltar ao devido lugar, após serem feitas “pequenas reparações” e colocados néons, que pretendem devolver a luz que em tempos dali emanou. Foi esta a explicação dada ao PÚBLICO por Aniceto Viegas, director-geral da Avenue, o grupo que detém o edifício, para a retirada das letras do cimo do edifício. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Quem passar estes dias pela Rotunda do Marquês de Pombal ou pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, notará a falta das letras góticas no topo do edifício que durante 76 anos albergou o Diário de Notícias. No entanto, estas deverão voltar ao devido lugar, após serem feitas “pequenas reparações” e colocados néons, que pretendem devolver a luz que em tempos dali emanou. Foi esta a explicação dada ao PÚBLICO por Aniceto Viegas, director-geral da Avenue, o grupo que detém o edifício, para a retirada das letras do cimo do edifício. 

Segundo o responsável, as letras estão na cobertura do edifício onde estão a ser recuperadas. É ali que, letra a letra, estão também a ser instalados os néons que, apesar de serem feitos no exterior, são ali colocados, num trabalho que poderá prolongar-se pelas próximas duas, três semanas, explicou. Em vez de optar por uma iluminação em led, como é hoje comum nos letreiros luminosos, o grupo quis recuperar uma “técnica antiga” para que se assemelhem ao que já foram um dia. 

O edifício que se situa no número 266 da Avenida da Liberdade foi vendido no final de 2016 ao grupo Avenue por 20 milhões de euros para ser adaptado a habitação e comércio. As obras de requalificação, que se iniciaram ainda em 2018, estão concluídas, diz o director-geral. São 34 apartamentos e uma loja no piso térreo. 

Por altura da apresentação à imprensa do projecto 266 Liberdade, em Junho de 2018, Aniceto Viegas disse que as fachadas originais deste edifício, desenhado por Pardal Monteiro em 1936, assim como as suas letras góticas seriam mantidas, uma vez que este é um prédio classificado: em 1940, ano da sua inauguração, recebeu o Prémio Valmor, que premeia obras arquitectónicas que nascem em Lisboa. E está desde 1986 classificado como Imóvel de Interesse Público. 

Já no interior, apesar de ser transformado em mais de três dezenas de apartamentos, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e a Câmara de Lisboa exigiram que alguns elementos fossem mantidos: as escadas, os corrimões com a sua cor original, as paredes com pormenores de mármore, os corredores, o elevador da época e a porta rotativa de madeira da entrada pela Avenida da Liberdade.

Os novos apartamentos distribuem-se por cinco pisos, com tipologias de Estúdio a T5, sendo que este último ocupará o último piso. Os dois pisos subterrâneos, onde funcionara a impressão do jornal, terão 47 lugares de estacionamento privativo. Já o piso térreo será ocupado por uma loja com 1300 metros quadrados, preservando as obras de Almada Negreiros que foram criadas especialmente para este espaço, como o “Grande Planisfério” ou as “Quatro alegorias a Portugal e à Imprensa”.