Livro ilustrado Plasticus Maritimus é candidato a prémio literário em França

Edição francesa do livro da bióloga Ana Pêgo e da escritora Isabel Minhós Martins, com ilustrações de Bernardo P. Carvalho, está nomeada para os prémios Sorcières.

Foto

O livro ilustrado Plasticus Maritimus, da bióloga Ana Pêgo e da escritora Isabel Minhós Martins, ilustrado por Bernardo P. Carvalho, é candidato aos prémios literários franceses Sorcières, destinados à literatura para os mais novos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O livro ilustrado Plasticus Maritimus, da bióloga Ana Pêgo e da escritora Isabel Minhós Martins, ilustrado por Bernardo P. Carvalho, é candidato aos prémios literários franceses Sorcières, destinados à literatura para os mais novos.

A lista de nomeados aos prémios foi divulgada esta semana pela Associação de Bibliotecários de França e pela Associação de Livrarias Especializadas para Jovens, e partilhada nas redes sociais pela bióloga Ana Pêgo.

A edição francesa de Plasticus Maritimus, uma espécie invasora está indicada na categoria de não-ficção. Os Prémios Sorcières (feiticeiros, em tradução literal) foram criados em 1986, pela Associação de Livrarias Especializadas para Jovens, em parceria com a Associação de Bibliotecários de França, e reconhecem, em seis categorias, a produção literária para crianças e jovens que é publicada no mercado francês.

Editado em 2018 pela Planeta Tangerina, Plasticus Maritimus é um livro informativo sobre meio ambiente e um guia de exploração, para os leitores que queiram também ser mais ativos na defesa da natureza, escrito pela bióloga Ana Pêgo, juntamente com Isabel Minhós Martins, e ilustrado por Bernardo P. Carvalho.

Inspirada na nomenclatura científica que identifica as espécies da natureza, a bióloga Ana Pêgo criou, em 2015, um bilhete de identidade para designar a presença de plástico nos oceanos: Plasticus Maritimus.

Foto

A partir daí, desenvolveu todo um trabalho de consciencialização para o problema, com a realização de oficinas para crianças, exposições com o plástico recolhido em praias e partilha de informações com outros activistas.

Na obra explica-se, por exemplo, que um beachcomber é alguém que recolhe lixo nas praias e se torna num “coleccionador que se interessa pela origem e pela história dos objectos que encontra”.

Há ainda dados estatísticos sobre a vida na Terra e sobre poluição —​ por exemplo, uma garrafa de plástico demora 450 anos a degradar-se —, é dado um enquadramento histórico sobre a produção de plástico e uma cronologia sobre “coisas importantes que já aconteceram entre pessoas e oceanos”.

As autoras deixam ainda conselhos práticos para uma “saída de campo”, para recolha de lixo, e enumeram tipos de plasticus maritimus comuns e raros que se encontram nas praias, como beatas de cigarro, palhinhas, cotonetes, pequenos brinquedos, moedas e lancetas de diabéticos.

O livro, cujos direitos foram já vendidos para tradução em catalão, galego, espanhol, chinês, checo, inglês, francês, italiano, coreano e polaco, recebeu em 2020 uma menção na categoria de melhor livro de não-ficção na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, Itália. Os vencedores dos Prémios Sorcières serão anunciados em Março.