Cláudia Ribeiro e Óscar Afonso. Como medir a qualidade das elites?

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Esta semana, no podcast 45 Graus, os convidados são Cláudia Ribeiro e Óscar Afonso, investigadores na Faculdade de Economia do Porto (FEP) e responsáveis em Portugal pelo Índice da Qualidade das Elites, um estudo sobre o qual nos debruçamos neste episódio.

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Esta semana, no podcast 45 Graus, os convidados são Cláudia Ribeiro e Óscar Afonso, investigadores na Faculdade de Economia do Porto (FEP) e responsáveis em Portugal pelo Índice da Qualidade das Elites, um estudo sobre o qual nos debruçamos neste episódio.

O Índice da Qualidade das Elites foi desenvolvido por Tomas Casas e Guido Cozzi, investigadores da Universidade de Saint Gallen, na Suíça, e propõe-se fazer algo inovador: medir a qualidade das elites de cada país, na esfera política e na económica. O golpe de asa do índice está em avaliar a qualidade das elites não directamente, mas medindo as consequências das suas acções em termos do desenvolvimento económico e humano que geram em cada país. 

Os investigadores partem da premissa de que em qualquer sociedade existem elites, e que isso não acontece por acaso, porque as elites cumprem, ou podem cumprir, uma função útil na coordenação de recursos (sejam eles pessoas ou recursos económicos), o que é essencial para gerar crescimento e desenvolvimento.

A metodologia assume que as elites procuram sempre aumentar o seu rendimento, mas podem fazê-lo de duas formas: ou aumentando a fatia da riqueza do país que conseguem abarcar, ou gerando desenvolvimento económico, o que aumentará tanto a riqueza que lhes cabe como o rendimento da sociedade como um todo. A primeira componente do índice mede isto: se as elites extraem ou criam valor para a sociedade. A segunda componente do índice mede o poder das elites em cada país. A ideia é que elites com muito poder podem mais facilmente (não quer dizer que o venham a fazer) abarcar com recursos para elas sem gerar qualquer desenvolvimento para o resto da população. Ou seja, o poder das elites é uma espécie de indicador da capacidade dessas elites para, no futuro, se tornarem extractivas.

Uma nova versão do Índice da Qualidade das Elites, ampliado a mais países e com revisões metodológicas, irá sair este ano.

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