Nova associação de artistas visuais quer defender interesses do sector

Formalizado em Setembro, o grupo tem vindo a reunir-se regularmente para definir objectivos e acções, que deverá divulgar brevemente.

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Ângela Ferreira é um dos rostos da nova associação DR

A recém-criada Associação dos Artistas Visuais em Portugal (AAVP) realizou quarta-feira à noite a primeira assembleia-geral para definir objectivos e acções desta nova entidade que pretende mobilizar e representar o sector artístico na defesa dos seus interesses e direitos.

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A recém-criada Associação dos Artistas Visuais em Portugal (AAVP) realizou quarta-feira à noite a primeira assembleia-geral para definir objectivos e acções desta nova entidade que pretende mobilizar e representar o sector artístico na defesa dos seus interesses e direitos.

Contactada pela agência Lusa, a artista Ângela Ferreira, um dos membros do grupo de nove fundadores, disse que na reunião online participaram 44 artistas, o encontro mais alargado desde a constituição, em Setembro deste ano. “Começámos por ser um grupo informal, que tinha a mesma preocupação da falta de um interlocutor para representar os interesses dos criadores na área das artes visuais. O cinema, o teatro, a dança, a música são sectores que já têm várias entidades que os representem junto da tutela, ou de outras entidades, mas nós ainda não”, contextualizou a artista.

Depois de formalizada a AAVP, a 17 de Setembro, o grupo tem vindo a reunir-se regularmente para definir objectivos e acções, que deverá divulgar com mais pormenor em breve, segundo Ângela Ferreira. “A própria ministra da Cultura [Graça Fonseca] já tinha comentado que não tinha interlocutores na área das artes visuais, como existem nas outras áreas artísticas. Era essencial organizarmo-nos como grupo e defender os nossos interesses e direitos numa altura em que o impacto da pandemia afecta brutalmente todo o sector da Cultura. Nós não somos excepção”, salientou a artista nascida em Moçambique, em 1958, e que representou Portugal na Bienal de Arte de Veneza de 2007.

No início de Abril, quando os efeitos económicos e sociais do confinamento começaram a agravar-se no país, afectando também gravemente a área da Cultura, foi lançado o Movimento SOS Arte PT, para “resistir” aos efeitos da crise nas artes visuais. Os promotores eram, entre outros, o gestor cultural Carlos Moura-Carvalho, o curador e crítico de arte António Cerveira Pinto e o artista Manuel Casimiro, entre outros profissionais desta área, como Fátima Lambert, Fernando Ribeiro, Patrícia Freire, Fernando Pina e Regina Frank. Na altura, avançaram com várias propostas, nomeadamente a criação de um fundo de emergência que pudesse reunir financiamento público e privado, e, no início de Junho, inauguraram uma exposição online, intitulada Sem Limites, com 300 obras de 117 artistas para dar visibilidade à produção artística nesta área, também aberta à venda de obras.

No entanto, ainda em Junho, divergências no seio deste movimento deram origem à criação da Plataforma P'la Arte, liderada pelo gestor cultural e jurista Carlos Moura-Carvalho, um dos fundadores do movimento.