Gripe vai chegar mais tarde e com menor intensidade este ano

Hospital de São João renovou e ampliou os serviços de urgência para doentes não-covid, criando 28 boxes individuais que garantem a privacidade dos doentes. Coordenador da equipa de combate à covid-19 daquele serviço não se mostrou preocupado com a aproximação da época gripal.

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A época gripal “vai chegar mais tarde e com menor intensidade do que nos outros anos”, segundo o coordenador da equipa covid-19 do serviço de urgência do Hospital de São João (HSJ), Nélson Pereira, cuja esperança reside também na expectativa de que as medidas de confinamento que limitam os contactos sociais desacelerem a circulação do vírus da gripe.

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A época gripal “vai chegar mais tarde e com menor intensidade do que nos outros anos”, segundo o coordenador da equipa covid-19 do serviço de urgência do Hospital de São João (HSJ), Nélson Pereira, cuja esperança reside também na expectativa de que as medidas de confinamento que limitam os contactos sociais desacelerem a circulação do vírus da gripe.

“Temos esperança de que, face a todas estas medidas que estamos a cumprir, possa haver menor impacto da gripe neste Outono/Inverno, a exemplo do que acontece no hemisfério Sul”, acrescentou, falando aos jornalistas durante a apresentação das obras de ampliação e melhoramento de um serviço por onde passaram no ano passado 462 doentes por dia, em média.

Nesta altura, e ao contrário do que se passou durante a primeira vaga da pandemia, em que os portugueses evitaram recorrer aos serviços de saúde, acorrem àquela urgência entre 430 a 440 doentes por dia. “Estamos com números muito próximos dos que tínhamos antes da pandemia”, enfatizou o responsável, para quem o novo espaço destina-se a pacientes com outras complicações que não covid-19 e visou garantir que estes não são prejudicados pela maior afluência dos doentes com sintomatologia respiratória e que por isso entram na lista de suspeitos de terem covid-19.

“A pandemia fez-nos perceber mais e melhor que os doentes não podem estar sentados uns ao lado dos outros, com as macas colocadas umas ao lado das outras, e por isso a pandemia veio acelerar estas obras”, acrescentou o médico, sobre um espaço cuja renovação foi feita num mês e meio, com a finalidade de responder àquela que é uma das principais preocupações e queixas de quem chega a um serviço de urgências: a exposição ao olhar dos outros.

“Ao colocá-los em áreas individuais, estamos a dar conforto, privacidade e segurança aos doentes”, reforçou Nélson Pereira, para quem o serviço consegue assegurar o atendimento de entre 80 a 85 doentes em simultâneo, sendo que, em cada uma das boxes, munidas de cadeirões mas onde cabem também macas, “os doentes podem fazer soro, umas análises e aguardar pelo seu resultado, medicação para a dor ou vómitos”, como acrescentou a directora do serviço de urgência, Cristina Marujo.

As obras não foram acompanhadas de reforços na equipa, mas Nélson Pereira garante que os doentes que não tenham covid-19 não estão a ser prejudicados pela maior afluência de doentes infectados ou suspeitos de estarem infectados pelo novo coronavírus.