Olhares do Mediterrâneo volta a olhar para as mulheres no cinema

O festival de cinema Olhares do Mediterrâneo mostra 50 filmes no final de Novembro e traz uma novidade: o projecto Awareness and Empowerment, que consiste na criação de uma rede de festivais de cinema e de formação para as questões da participação das mulheres na indústria cinematográfica.

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Um dos planos no filme "God exists, her name is Petrunya", de Teona Strugar Mitevska DR

Além das sessões online, o festival de cinema no feminino Olhares do Mediterrâneo lançará um projecto educativo, transfronteiriço, sobre o trabalho das mulheres no cinema.

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Além das sessões online, o festival de cinema no feminino Olhares do Mediterrâneo lançará um projecto educativo, transfronteiriço, sobre o trabalho das mulheres no cinema.

Nesta sétima edição, que começa a 23 de Novembro, haverá mais de 50 filmes, escolhidos entre 400 submetidos. “Com histórias que vão desde a Polónia à Coreia do Sul, da Libéria ao Afeganistão, passando por locais virtuais e imaginários”, lê-se no programa oficialque alarga os limites geográficos e temáticos para lá da linha do Mediterrâneo.

Por causa da covid-19, a programação estará dividida entre sessões em sala, no cinema São Jorge, em Lisboa, e projecção online, na plataforma Filmin Portugal.

A abertura será por conta do filme God exists, her name is Petrunya, de Teona Strugar Mitevska, e o encerramento terá La hija de un ladrón, da realizadora espanhola Belén Funes. Os dois filmes ficam de fora da competição oficial.

Da restante programação, haverá oito curtas-metragens de produção ou co-produção portuguesa, como Cellfie, de Débora Mendes, Being Uncanny, de Filipa Alves e Maria Barbosa, e Teus braços, minhas ondas, de Débora Gonçalves.

Destaque ainda, por exemplo, para o documentário The Bush School, que será apresentado com a presença da realizadora, Emanuela Zuccalà, e que dá voz a três activistas liberianas contra a mutilação genital feminina, que é legal na Libéria.

A realizadora Benedetta Argentieri também apresentará no festival o filme I am the revolution, que conta a história de três mulheres que lutam pela igualdade de género no Médio Oriente.

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Este ano, lançarão o projecto Awareness and Empowerment, em parceria com outros países, e que consiste na criação de uma rede de festivais de cinema e formação de professores e alunos para as questões da participação das mulheres na indústria cinematográfica.

“Durante uma intensa semana de filmes, mesas redondas, masterclasses e workshops, partilharemos experiências sobre como promover o trabalho das mulheres na indústria cinematográfica e debateremos a opção de promover alterações sociais através dos filmes e festivais de cinema”, afirmam as directoras no programa.

O projecto conta com financiamento da fundação Anna Lindh e envolverá parceiros de Espanha, França, Itália, Líbano, Marrocos, Palestina e Turquia. Estão previstos debates e seminários no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, de partilha de experiências entre mulheres que trabalham em cinema, sobre igualdade de género e oportunidades de trabalho.

O festival Olhares do Mediterrâneo, que terminará a 29, é uma iniciativa do grupo Olhares do Mediterrâneo e do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, e é dirigido por Antónia Pedroso de Lima, Sara David Lopes e Silvia di Marco.