Fortuna dos mais ricos atingiu novo pico durante a pandemia

Ganhos bolsistas de tecnológicas e na indústria da saúde levam carteiras de bilionários a ultrapassar os 8,5 biliões de euros, diz relatório do banco UBS e da consultora PwC.

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Nos últimos 25 anos, a fortuna dos mais ricos aumentou mais de dez vezes, passando de 850 mil milhões de euros para 8,5 biliões de dólares, de acordo com a mais recente edição do estudo do banco suíço UBS e da consultora PwC, que há um quarto de século acompanha a vida financeira dos milionários. A pandemia fez muita gente perder rendimento e até o posto de trabalho, mas entre os mais ricos teve o efeito contrário: o nível de riqueza atingiu um novo pico nos primeiros meses do Grande Confinamento, graças à valorização bolsista das acções ligadas às grandes tecnológicas e às empresas do sector da saúde. 

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Nos últimos 25 anos, a fortuna dos mais ricos aumentou mais de dez vezes, passando de 850 mil milhões de euros para 8,5 biliões de dólares, de acordo com a mais recente edição do estudo do banco suíço UBS e da consultora PwC, que há um quarto de século acompanha a vida financeira dos milionários. A pandemia fez muita gente perder rendimento e até o posto de trabalho, mas entre os mais ricos teve o efeito contrário: o nível de riqueza atingiu um novo pico nos primeiros meses do Grande Confinamento, graças à valorização bolsista das acções ligadas às grandes tecnológicas e às empresas do sector da saúde. 

No relatório de 2020 (PDF em inglês), fica ainda mais clara a tendência de polarização entre os ultra-ricos, com aqueles que fazem fortuna com base na tecnologia e inovação a verem a carteira a engordar ainda mais rapidamente do que os restantes. 

O estudo anual destas duas entidades envolve mais de 2000 bilionários, que representam cerca de 98% da riqueza total dos ultra-ricos. Entre Abril e Julho deste ano, esta riqueza aumentou cerca de 15%, ultrapassando o limiar dos dez biliões de dólares (8,5 biliões de euros). 

Mas quando se olha para os sectores em que cada um tem feito fortuna, verifica-se que os bilionários ligados às tecnológicas, aos cuidados de saúde e à indústria viram as suas fortunas crescerem mais do que os restantes, com taxas de crescimento entre 36% e 44%.

Entre 2018 e Julho de 2020, a riqueza dos bilionários da tecnologia aumentou 42,5%, para 1,5 biliões de euros. Já os ligados aos cuidados de saúde ganharam 50,3% nesse mesmo período, detendo agora 560 mil milhões. 

Nesta polarização, “acelerada pela crise pandémica”, diz o relatório, a última década fica marcada por outra tendência: o número de ultra-ricos duplicou nos últimos dez anos.

Quando se olha para o globo, a Ásia é a região que apresenta um crescimento mais acelerado. Em Julho, havia 389 bilionários na China, de um total de 2189 contabilizados pelo mundo todo. 

Cerca de 200 bilionários do planeta prometeram ajudar no combate à pandemia, doando 7200 milhões de dólares (6100 milhões de euros) em dinheiro, em bens ou outros compromissos, lê-se no relatório. Ou seja, cerca de 10% dos ultra-ricos doaram 0,084% da riqueza deste universo de pessoas.

Os dez mais ricos

Na lista dos dez mais ricos de 2020 produzida pela revista Forbes, o primeiro lugar pertence ao patrão da Amazon, Jeff Bezos. O segundo lugar é de Bill Gates, fundador da Microsoft, e no terceiro posto surge Bernard Arnault, líder do império LVMH, dono de diversas marcas de produtos de luxo.

O gestor multimilionário Warren Buffett ocupa o quarto lugar, à frente do co-fundador da Oracle, Larry Ellison (5.º), do patrão do grupo Inditex, o espanhol Amancio Ortega (6.º), e de Mark Zuckerberg (7.º), criador do Facebook e dono do WhatsApp e do Instagram. Nos últimos lugares do top 10 estão três membros da família Walton, considerada a mais rica do mundo, herdeira dos criadores e donos da cadeia de distribuição Walmart.