Equipas em contra-relógio para salvar 20 baleias na Austrália. Quase 400 morreram

De acordo com os últimos dados das autoridades, foram resgatadas 88 baleias, enquanto o número de espécimes mortos chega a cerca de 380.

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As equipas de resgate estão esta quinta-feira a trabalhar em contra-relógio para tentar salvar 20 baleias-piloto das cerca de 500 que ficaram encalhadas na baía de Tasmânia, no Sul da Austrália. De acordo com os últimos dados das autoridades, um total de 88 baleias foram resgatadas, enquanto o número de espécimes mortos chega a cerca de 380.

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As equipas de resgate estão esta quinta-feira a trabalhar em contra-relógio para tentar salvar 20 baleias-piloto das cerca de 500 que ficaram encalhadas na baía de Tasmânia, no Sul da Austrália. De acordo com os últimos dados das autoridades, um total de 88 baleias foram resgatadas, enquanto o número de espécimes mortos chega a cerca de 380.

As baleias foram encontradas encalhadas numa baía da Tasmânia na segunda-feira, 21 de Setembro, sendo o pior incidente deste tipo no país. Após dias de intenso trabalho, funcionários e voluntários continuam a manter os cetáceos hidratados na areia para que depois possam ser rebocados com barcos para águas mais profundas na baía de Macquarie, no Oeste da ilha-Estado da Tasmânia.

O director do Serviço de Controlo de Incidentes nos Parques Naturais da Tasmânia, Nic Deka, explicou que a contagem de cetáceos varia à medida que novos espécimes são descobertos e que, na sexta-feira, continuarão com o resgate de animais em melhores condições.

“Os animais estão a ser soltos em águas profundas fora da baía de Macquarie e já dependem de si mesmos. Estudos de rastreamento no passado mostraram que os animais soltos individualmente se reagrupam após um período de tempo”, disse Deka num comunicado.

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As autoridades locais indicaram que tiveram de sacrificar quatro cetáceos hoje para evitar mais sofrimento. “(…) Tentámos libertá-los e não deu certo. Não acreditámos que libertá-los fosse uma opção viável. O mais humano foi realizar a eutanásia”, disse a bióloga Kris Carlyon, do Programa de Conservação Marinha da Tasmânia.

As equipas de resgate continuam optimistas e garantem que, enquanto as baleias restantes estiverem vivas e na água, há esperança, embora com o passar do tempo fiquem esgotadas e a oportunidade de sobrevivência diminua. Esses cetáceos são animais com forte vínculo familiar, portanto, muitos morrem durante o encalhe devido ao stress causado pela separação do grupo, enquanto outros o fazem por fadiga ou falta de oxigénio porque não se podem mover.

Os cientistas ainda não foram capazes de explicar por que razão as baleias às vezes se desviam de suas rotas e ficam presas em águas rasas. Outro problema é a necessidade de se desfazer das carcaças das baleias mortas, devido aos inconvenientes sanitários e ecológicos que acarreta.

As autoridades estão a considerar vários planos, embora a opção mais viável por enquanto seja levá-los ao alto mar para evitar problemas de navegação perto da costa.

Não é a primeira vez que um grupo de baleias-piloto fica preso nas praias da Tasmânia, especialmente na baía de Macquarie, onde o último grande incidente ocorreu há uma década, quando cerca de 200 ficaram presas e, desde 1935, o número subiu para mais de 1100.

O maior encalhe registado no mundo ocorreu em 1918, quando cerca de 1.000 baleias-piloto ficaram encalhadas nas ilhas Chatham, no Sudeste da Nova Zelândia.